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Descender: lua mecânica ♥ Jeff Lemire & Dustin Nguyen

Descender: Lua Mecânica é a HQ de Jeff Lemire & Dustin Nguyen que traz um mundo futurista em que máquinas são caçadas até a morte. E não apenas isso, formaram uma rebelião para se proteger dos humanos, para conquistar sua liberdade desde que foram ceifados. A continuação de Descender: estrelas de lata garante ritmo à história e traz ainda mais revelações, com a certeza de que uma grande batalha está por vir!

Descender – Volume II – Lua Mecânica
Série Descender
Jeff Lemire & Dustin Nguyen
Tradução Fernando Scheibe
Intrínseca | 2021 | 128 páginas
Disponível em Amazon
“Vida mecânica também é vida.”

Sobre Jeff Lemire & Dustin Nguyen

Jeff Lemire é autor e ilustrador canadense. Entre suas principais obras estão O soldador subaquático e a trilogia Condado de Essex. Foi eleito duas vezes melhor quadrinista do Canadá pelo Schuster Award e venceu o Eisner Awards pela série Black Hammer. Além de suas graphic novels independentes, passou por grandes editoras norte-americanas, como Marvel e DC, onde atuou em séries como Arqueiro VerdeConstantineCavaleiro da Lua, entre outras.

Dustin Nguyen é um premiado ilustrador do mundo dos quadrinhos, que já trabalhou com grandes editoras como DC, Marvel, Darkhorse, Vertigo, Image Comics, Boom e IDW. Seus trabalhos incluem Batman: Pequena Gotham, a série Sociedade Secreta dos HeróisVampiro Americano, além de seu projeto autoral, Manifest Eternity. Junto a Jeff Lemire, é criador de Descender, série pela qual foi premiado com o Eisner Awards, e Ascender.

Sinopse de Descender: lua mecânica

A última lembrança de Tim-21 foi o beijo de boa-noite de sua mãe humana. Ao despertar, dez anos depois, ele se depara com uma realidade aterrorizante. Ao narrar a luta do jovem androide para sobreviver em um mundo que deseja aniquilá-lo, Jeff Lemire, criador de Black Hammer, e Dustin Nguyen deram vida a Descender, um épico comovente e apaixonante que conquistou milhares de fãs e foi agraciado com o Eisner, um dos prêmios mais importantes dos quadrinhos.

No segundo volume, Lua Mecânica, que reúne os fascículos de 7 a 11, os autores dão sequência à jornada eletrizante de Tim-21 e seus amigos. Novas alianças se formam, antigas ameaças se fortalecem, e a chegada do robô a um lugar misterioso pode mudar drasticamente o destino da galáxia.

No passado, robôs gigantes conhecidos como Ceifadores destruíram planetas e civilizações, criando nos que restaram uma aversão às máquinas. Desde então, foram implementadas políticas de perseguição e extermínio de robôs. Essa caça põe em risco a vida de Tim-21, que pode conter em seu código vestígios dos Ceifadores. Mas talvez ele não seja o único. Ao lado dos amigos, ele percorre planetas e galáxias, desviando de inimagináveis perigos para tentar sobreviver. Quando chega a um novo planeta, percebe que esse lugar surpreendente pode ser o que ele tanto procura: um lar. Mas será que é mesmo seguro?

Arrebatadora, a série Descender é uma odisseia cósmica que discute temas como família, amizade, intolerância e a relação muitas vezes conflituosa entre humanos e tecnologia. Sucesso de público e crítica, teve os direitos de adaptação para o cinema adquiridos pela Sony Pictures e para a TV pela NBCUniversal International Studios.

Descender: lua mecânica

A resenha contém spoilers de Descender: estrelas de lata, por se tratar da continuação da série Descender! Para ler a resenha de Descender: Estrelas de Lata, é só clicar aqui!

Em Descender: Estrelas de Lata, primeiro volume da série Descender, que reúne os fascículos de 1 a 6, somos apresentados a Tim-21, o robô menino que desperta depois de um sonho de 10 anos e se encontra em um planeta minerador devastado. Tudo que Tim-21 quer é encontrar sua família, especialmente, Andy, o garotinho de quem ele era como um irmão.

O detalhe é que nesses dez anos, muita coisa mudou: robôs colossais, chamados de Ceifadores, atacaram a galáxia e destruíram muitas vidas. E o código genético deles, que vem sendo estudados nos últimos anos, pode ser a chave para compreendê-los e, especialmente, impedi-los no caso de outro ataque. E a chave para essa descoberta parece estar escondida em Tim-21.

Agora, na continuação de Estrelas de Lata, Lua Mecânica, que reúne os fascículos 7 a 11 da série Descender, a história se expande e vamos conhecer a Hardwire, a frente rebelde dos robôs. Ao mesmo tempo, é reforçada a ideia de que, mesmo sob a ameaça robô em comum, a galáxia não pode ser considerada exatamente como unida. Na verdade, o ataque fragilizou o poder que o Conselho Galáctico Unido possuía e a situação é praticamente de uma guerra fria. Mas uma que parece prestes a colapsar em batalhas intergaláticas.

“Se tem uma coisa que o Psius ensina na Hardwire é ter orgulho de nossas funções. Consentir profundamente com nossa programação.”

Alguns dos pontos deixados ao fim de Estrelas de Lata são logo retomados em Lua Mecânica e, com a inserção de mais personagens e a abertura do campo da história, é possível conhecer melhor o que a disputa atual significa: uma batalha pela vida. O dilema de vidas orgânicas e mecânicas serem equivalentes em grau de importância traz várias questões à tona. Não apenas sobre a capacidade das máquinas em sentir, mas sobre a capacidade humana na criação de semelhantes à si, num processo que não pode ser descrito como natural. Em Descender, as máquinas estão acima da mera ideia de reprodutoras dos ditames humanos, ela possuem mais do consciência, possuem consciência coletiva, noção de espécie. Já imaginou algo assim?

Com toda essa tensão, que envolve até mesmo semelhante contra semelhante, são explorados temas que já conhecemos muito bem enquanto humanos: preconceito, marginalização, intolerância e até mesmo genocídio. Tanto quando se fala pelo ataque causado pelos Ceifadores, restrito apenas às vidas orgânicas, quanto o que estes últimos fazem desde então, em relação às máquinas.

Além disso, o próprio conceito de família é revisto através da figura de Tim-21, já que seus laços com a mãe e o irmão humanos são aprofundados nesse volume, com flashbacks que trazem memórias dos dias em que ele chegou na família até o momento em que se separaram. A capacidade humana em amar uma máquina é tão importante aqui quanto a capacidade mecânica de amar humanos (ou o que quer que seja), já que muito do que se explora está para além daquilo que as máquinas foram originalmente criadas para fazer.

“É incrível como os humanos não se importam com os mais velhos. Acho que se pudessem eles os descartariam quando começam a falhar, como fazem com a gente.”

O embate entre máquinas e humanos, ou tecnologia e humanos não é recente, sejam livros ou o cinema estão aí para demonstrar, assim como o fato de que você está lendo esse texto através de uma tela e não em papel. Em Descender: lua mecânica, tudo é extremo, são tempos de guerra, é claro, mas não deixa de ser uma história capaz de despertar a imaginação sobre nossa dependência para com a tecnologia, que é capaz de trazer tantos benefícios quanto malefícios à humanidade.

Acho que posso acrescentar uma pequena observação quando digo que vi uma certa inspiração no que diz respeito à Lua Mecânica diretamente de Star Wars. Aliás, quem conhece a saga provavelmente fará essa conexão.

O único problema da graphic novel de Lemire e Nguyen é que ela caba rápido demais! É fácil pegar Lua Mecânica e, em pouco tempo se ver passando as páginas, avaliando as situações, imaginando se o personagem vai sobreviver ou não e, de repente, fim do volume dois. É facilmente uma HQ que dá para devorar “em uma sentada”.

Uma jornada para se desbravar ciente de que, você vai terminar a leitura querendo mais. E, que, não importa se você é feito de matéria orgânica ou mecânica, será impossível conseguir escolher facilmente um lado nessa batalha. E a rebelião das máquinas apenas começou…

“Não somos terroristas, capitã. Somos sobrevivencialistas. Fazemos o que for preciso para garantir a sobrevivência dos robôs, mas isso não significa que vemos todos os humanos como inimigos. Ao contrário de vocês, somos racionais.”

Aleatoriedades

Recebi Descender: lua mecânica em parceria com a Editora Intrínseca.

E as dicas de leitura são Oblivion Song | Royal City: segredos em família | Family Tree | A Noite dos Mortos-Vivos.

Que a Força esteja com você!

xoxo

Retipatia

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