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A Livraria dos Achados e Perdidos ♥ Susan Wiggs

Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.

A Livraria dos Achados e Perdidos espera sua visita! O prédio em que é localizada é um patrimônio histórico e, apesar da velhice, mantém seu charme. Além disso, a nova proprietária precisa muito dessa sua visita, talvez porque uma tragédia acabou de acontecer em sua vida, ou porque a livraria está à beira da falência ou, quem sabe, porque ela precisa cuidar do avô que está cada dia mais debilitado. Seja como for, A Livraria dos Achados e Perdidos te dá as boas-vindas, ela reservou para você uma história especial, bem guardada entre suas estantes!

A Livraria dos Achados e Perdidos
Susan Wiggs
Harlequin Books | 2020 | 368p.
Disponível em Amazon
“Há um livro para tudo… em algum lugar da vasta biblioteca do universo, como Natalie dizia, deveria existir um livro que personificava todas as coisas pelas quais ela estava passando.”
Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.
Sobre Susan Wiggs

Susan Wiggs é autora de mais de cinquenta romances, incluindo Family Tree e The Oysterville Sweing Circle, best-sellers do The New York Times. Ganhadora três vezes do RITA Awards, seus livros foram traduzidos para mais de vinte idiomas. Ex-professora e graduada em Harvard, Susan vive com o marido em uma das ilhas de Puget Sound, nos Estados Unidos.

Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.
Sinopse de A Livraria dos Achados e Perdidos

Após uma tragédia, Natalie Harper herda a charmosa, mas praticamente falida, livraria de sua mãe, localizada num prédio histórico no centro de São Francisco, na Califórnia, e a responsabilidade de cuidar do seu avô Andrew, cada vez mais debilitado.

Com a recusa de Andrew em vender a loja, Natalie deixa sua antiga vida ― segura, confortável e previsível ― para trás e volta para São Francisco determinada a recuperar a livraria que um dia foi seu lugar favorito no mundo. Contudo, sua vida se parece mais com um livro de horror do que com um conto de fadas. O prédio está caindo aos pedaços, as dívidas se acumulam rapidamente, a saúde do avô entra em declínio e ela não consegue ver uma luz no fim do túnel.

Natalie precisa de um sinal, ou pelo menos de um livro que a ajude a resolver seus problemas, mas em vez disso recebe Peach Gallagher, contratado por sua mãe para fazer reparos no prédio. À medida que Peach começa seu trabalho, Natalie se vê envolvida numa jornada de novas conexões, descobertas e revelações, de artefatos antigos escondidos nas paredes da livraria até verdades inexploradas sobre sua família, seu futuro e seu coração.

Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.
A Livraria dos Achados e Perdidos

A Livraria dos Achados e Perdidos fica em um prédio histórico, um tanto quanto maltratado pelo tempo, mas que guarda seu charme. Natalie sabe bem disso, cresceu entre suas estantes. Mas a vida nem sempre traça linhas adoráveis tais quais as dos romances que ela já leu, e uma tragédia faz com que Natalie herde a livraria.

Apesar de a ideia poder parecer incrível de certo ângulo, a livraria está à beira da falência e, o avô de Natalie, Andrew, se recusa a vendê-la. Além disso, ela também precisa se preocupar com o avô, que está com a saúde cada vez mais frágil.

Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.
“Quando era bem pequena, sua mãe costumava lhe dizer que os livros estavam vivos de uma maneira especial. Logo após a capa, cada personagem tinha sua vida, seus dramas, seus amores e desamores, suas confusões, seus problemas. Mesmo se estivesse fechado na prateleira, o livro tinha vida própria. Quando alguém o abria, a mágica acontecia.”
“Os dias de Andrew começaram a definhar e sua vida ficou tão rala quanto água morna. Ele era um fantasma que via o mundo através de um vidro cinza e ondulado.”
“Você nunca está sozinha quando está lendo um livro, sua mãe sempre dizia.”

Deixando sua vida e toda a segurança que construiu para trás, Natalie se muda para o apartamento acima da livraria, o mesmo em que crescera. Assim, ela pode cuidar do avô e tentar salvar o lugar que é tão importante para ele, tanto quanto o fora para a mãe de Natalie.

Tudo que Natalie pede ao universo ou a qualquer entidade padroeira dos livreiros, é que ela receba um sinal. Algo que mostre para ela que a empreitada vale a pena, que tem futuro, que ela pode arregaçar as mangas e se jogar no trabalho. Mas talvez o universo seja um pouco misterioso ou queira tirar sarro da cara dela, porque tudo que surge, ou melhor, quem surge é Peach Gallagher. Tudo bem que ele é um pedaço de mau caminho, por assim dizer, mas o faz tudo que sua mãe havia contratado para fazer reparos no prédio não é exatamente o que ela chamaria de salvação. Pelo menos não do tipo que ela acha que precisa no momento.

“A primeira vez que minha mãe leu esse livro para mim foi depois de uma visita ao Arboreto de Claymore. Eu tinha 5 anos e achava que as libélulas eram fadas, e que pequenas criaturas mágicas andavam nas costas dos passarinhos. Ela me deixou continuar pensando assim pelo tempo que eu quis. E, para mim, este é o melhor conselho que existe sobre como educar os filhos.”
“Um livro nunca a trairia, mudaria de ideia ou faria você se sentir idiota. Ela pegou A espada e a pedra e encontrou uma passagem destacada: ‘A melhor coisa a fazer quando se está triste, respondeu Merlin, começando a fumar e soltar baforadas, é aprender alguma coisa. Essa é a única coisa que nunca falha.”
“Sua mãe costumava dizer: ‘Para descobrir quem você é, lembre-se de quem você foi’.”

Mas essa história não termina aí e, em meio ao caos de tentar encontrar uma saída para as dívidas da livraria e da saúde do avô que está se deteriorando rapidamente, ela começa a descobrir não apenas histórias sobre o passado de sua família, como também do prédio em que vivem e a lenda de um tesouro escondido. Além de aparecer um galante autor no meio disso tudo.

Uma das melhores coisas dessa leitura foi como Susan Wiggs construiu uma trama fluida, não com reviravoltas mirabolantes, mas como um processo. Natalie passa por várias perdas em sua vida e, com isso, várias mudanças lhe são impostas. Só que as partes mais importantes não são aquelas as quais ela se vê obrigada a aceitar, são as que ela passa a amar e ver como se encaixam e fazem sentido em sua vida.

“Ele sempre dizia que, tanto na guerra como na paz, são as vidas que você salva que dão sentido à própria vida.”
“Blythe costumava dizer que você nunca vai ser feliz com o que deseja até saber ser feliz com o que tem.”
“Ela se apaixonava o tempo todo. Só não continuava apaixonada. Ela terminava com os homens assim como terminava os livros. Ficava grata pela história e virava a página.”

E, falando em perdas, a forma como o luto é abordado na história é bonito e sincero. Não mostra caminhos mágicos de superação ou estratégias ou formas de aceitação. A abordagem é tal como a vida pede que seja vivida, dia a dia, passo a passo, especialmente quando os fardos que levamos conosco podem ser muito pesados para mais do que isso.

Entre páginas perdidas e páginas achadas, o caminho da história se nivela e, mesmo que guarde uma pequena surpresa ou outra, tem a capacidade de trazer personagens inteligentes, curiosos, verdadeiros e reais. E, mesmo quando o coração está em jogo e um pequeno triângulo amoroso parece querer se formar, ela não recorre ao subterfúgio de algum personagem cometer um grande erro para que a escolha seja facilitada. Afinal, a questão aqui é aprender a ouvir o coração e, quando se faz isso, os caminhos e as escolhas ficam mais fáceis de ser tomadas.

“Quando passar por alguma tragédia, concentre-se em respirar até a parte divertida começar de novo.”
“Só porque algo estava velho e danificado, não era motivo para abandoná-lo.”
“Agora ela entendia a devoção de Bltyhe à livraria. Ao contrário dos homens, os livros eram fáceis. Eles provocavam todas as emoções do mundo – alegria, pavor, medo, sofrimento, satisfação – e então acabavam. As pessoas eram diferentes. Imprevisíveis. Impossível de controlar.”
Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.

A Livraria dos Achados e Perdidos é acolhedor e inspirador, como tomar um chá quente numa tarde de outono. Os aprendizados que traz são próximos daqueles que a todo momento, a vida insiste que prestemos atenção, porque falam sobre viver o momento, apreciar a vida, valorizar aqueles que estão conosco e ouvir o próprio coração.

Navegando entre as estantes da Livraria dos Achados e Perdidos, é fácil encontrar algumas coisas bem especiais, como um volume antigo que procuramos há muito tempo, mas que a vida não acreditava ser a hora certa. Dá também para encontrar um best-seller e ver porque aquela história encantou tanta gente. E, acredite ou não, é possível ouvir o farfalhar das páginas e sentir o cheiro de livro antigo, ou sentir o calor de uma vela perfumada acesa para a leitura. Dá para encontrar até um quê de fantasia em meio à realidade, basta saber em qual prateleira procurar. E, especialmente, é possível sentir, em cada página, o poder que os livros carregam.

“Ela é livreira. Uma mercadora de sonhos. A melhor amiga de um escritor. Vejam bem, um livreiro é o elo que leva as histórias que contamos até os leitores. Sem isso, uma história não tem como viver fora da imaginação do escritor.”
“Nunca pararia de se incomodar com a ausência da mãe. Talvez a questão não fosse superar a morte, mas viver com ela. É tão difícil, disse ela à mãe. E isso quer dizer que você era importante.”
“Natalie se lembrou de uma das citações favoritas de sua mãe de um dos livros de Anaïs nin, que tinha um lugar fixo na prateleira PS: ‘Nós não vemos as coisas como elas são, nós as vemos como nós somos.'”
Resenha do livro A Livraria dos Achados e Perdidos, de Susan Wiggs, publicado pela Harlequin Books no Brasil, em 2020.
Aleatoriedades

Para quem, como eu, ama histórias com livrarias e livreiros, tenho duas dicas: a primeira é conferir a resenha de A Pequena Livraria dos Sonhos, da Jenny Colgan, uma história doce, suave e de aquecer o coração, tal qual A Livraria dos Achados e Perdidos. Mas também não se esqueça de conferir a lista com 12 livros com livrarias e livreiros em suas histórias e pegar mais dicas de leitura! Aliás, o próprio A Livraria dos Achados e Perdidos é uma fonte incrível de dicas de leitura, com várias referências e citações incríveis!

A Livraria dos Achados e Perdidos deseja uma boa leitura e agradece a visita!

xoxo

Retipatia
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Comente este post!

  • Tatiane

    Amei a resenha e me deu mais vontade de ler ainda além.das referências literárias parece ter muito para se levar para a vida.

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  • Gabriela Nunes

    Ameeei! Não sabía do blog. A presenta ficou incrível fazendo jus ao livro.

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    • Retipatia

      Ah que bom que agora conheceu o blog também! Feliz que tenha gostado!
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Angela Cunha

    Um livro que fala sobre livros!!! Como eu fico feliz em ver todas essas fotos, todo esse sonho de poder sentir o amor aos livros.
    E claro, recomeços!!!
    A gente precisa recomeçar todos os dias e Natalie parece ensinar isso bem!
    Preciso muito ler!
    Beijo

    Angela Cunha/ O Vazio na flor

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  • Mike

    Obrigado pelo post, estou escolhendo uma livros para dar de presente para as filha de uma amiga. Qual a idade recomendada para ler a Livraria dos achados e perdidos ?

    responder