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Quotes de A Última Margem ♥ Ciclo Terramar de Ursula K. Le Guin

Cenário de livro com os três primeiros volumes do Ciclo Terramar, ilustrando as quotes de A Última Margem, terceiro volume da saga de Ursula K. Le Guin, publicado pela Editora Morro Branco.

A leitura de A Última Margem, o terceiro livro do Ciclo Terramar foi tão incrível por aqui que decidi reunir as quotes que destaquei e trazer todas em um único post.

As quotes são todas de A Última Margem, por isso, saiba que elas podem conter spoilers para quem não leu um ou os dois livros anteriores: O Feiticeiro de Terramar e As Tumbas de Atuan.

Se por acaso você deseja saber mais sobre a história, a seguir tem a Ficha Técnica do livro e aqui você pode ler a resenha de A Última Margem.

Ficha Técnica A Última Margem

A Última Margem

Ciclo Terramar

 

Título original:
The Farthest Shore

Autoria:
Ursula K. Le Guin

Autoria:
Tradução Heci Regina Candiani

Editora:
Morro Branco

Ano de lançamento:
2023 (edição da Morro Branco)

Ano de lançamento:
1972 (primeiro lançamento do livro)

ISBN:
978-6586015799

Gênero:
Fantasia Épica

Páginas (nº):
224
A ordem foi rompida. Cantores esqueceram suas canções, feiticeiros não lembram mais como evocar seus poderes, habitantes mergulham em uma prometida imortalidade e as fontes vitais da magia estão secando.
Ged, feiticeiro e Senhor dos Dragões, decide adentrar em mares sem fim para encontrar a fonte dessa ruína e conter o inexplicável mal que se espalha rapidamente. Com a ajuda do jovem príncipe de Enlad, Arren, ele embarca pelas águas que circundam as ilhas do continente em uma jornada traiçoeira que testará suas forças e desejos.
Para restaurar a magia e trazer de volta o equilíbrio às terras afligidas pela destruição, os dois precisarão desbravar os cantos mais remotos do mundo, ultrapassando sua última margem — até os confins do reino da morte, de onde talvez não consigam mais voltar.
Aclamada como uma das melhores séries de fantasia de todos os tempos e ganhadora dos principais prêmios, como Locus e Hugo, a obra de Ursula K. Le Guin, que se tornou referência e inspiração para a literatura fantástica mundial, chega agora em versão definitiva com ilustrações do inigualável Charles Vess.

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Cenário de livro com os três primeiros volumes do Ciclo Terramar, ilustrando as quotes de A Última Margem, terceiro volume da saga de Ursula K. Le Guin, publicado pela Editora Morro Branco.

Quotes do Livro A Última Margem

“Eles perambulam”, o capitão disse, “sem olhar para o mundo”.

E todo mundo (aprendizes, citadinos e camponeses) acredita que o Bosque muda de lugar de maneira misteriosa. Mas nisso enganam-se, pois o Bosque não se move. Suas raízes são as raízes da existência. É todo o resto que se move.

– O que é o mal? – perguntou o homem mais novo.
A teia redonda e seu centro preto pareciam observar os dois.
– Uma teia que nós, homens, tecemos – respondeu Ged.

Desfrutamos da luz do sol por muito tempo, nos aquecendo naquela paz que o restabelecimento do Anel trouxe, realizando pequenas coisas, pescando nas águas rasas. Hoje à noite, precisamos examinar as profundezas.

É para a escola de Roke que são enviados os garotos que se mostram promissores para a feitiçaria; eles chegam de todas as Terras Centrais de Terramar em busca de aprender as mais altas artes da magia. Lá, tornam-se proficientes nos vários tipos de feitiçaria, aprendendo nomes, runas, habilidades e feitiços, o que deve e o que não deve ser feito, e por quê. E lá, depois de muita prática, e caso mão, mente e espírito mantenham-se unidos em um só ritmo, eles talvez sejam nomeados feiticeiros e recebam o cajado do poder. Os feiticeiros de verdade só se formam em Roke.

– Mas como um pastor de cabras se tornaria arquimago?
– Da mesma forma que um príncipe o faria! Chegando a Roke e superando todos os Mestres, roubando o Anel em Atuan, navegando pelo Território dos Dragões, sendo o maior feiticeiro desde Erreth-Akbe… De que outra maneira?

Herdará meu trono aquele que tiver atravessado a terra da escuridão e, sobrevivendo, chegar às praias distantes da luz do dia.

Ali sentia-se a idade excepcional das paredes. Era palpável o encantamento com que as pedras antigas estavam dispostas e protegidas ali. Runas foram gravadas nas paredes, espaçadamente, em entalhes profundos, algumas incrustadas em prata. Arren aprendera as Runas Hárdicas com o pai, mas não conhecia nenhuma daquelas, embora algumas parecessem ter um significado que ele quase sabia, ou sabia e não conseguia se lembrar.

Será que é surpresa que a feitiçaria vá mal quando todo o resto vai mal? Se o rebanho todo perde o caminho, será que nossa ovelha negra ficará junto ao redil?

A tempestade, quando começa, é apenas uma nuvenzinha no horizonte.

Há um enfraquecimento do poder. Há a necessidade de uma solução. Há a diminuição do brilho do sol. Sinto, meus senhores… Sinto que nós, que estamos aqui conversando, estamos mortalmente feridos, e, enquanto jogamos conversa fora, nosso sangue esvai suavemente de nossas veias…

Negar o passado é negar o futuro. Um homem não faz seu destino: ele o aceita ou o nega. Se as raízes da sorveira são rasas, ela não tem copa.

Tente fazer uma escolha cautelosa, Arren, quando as grandes escolhas precisam ser feitas.

Quando eu era jovem, tive de escolher entre a vida do ser e a vida da ação. E lancei-me a esta última como uma truta que pega uma mosca. Mas você é enredado por todos os seus feitos, todos os seus atos, e pelas consequências deles, e isso o obriga a agir outra vez e mais outra. Por isso, é raro encontrar-se em um espaço e em um tempo como este, em que você pode parar e apenas ser. Ou ponderar quem você é, afinal.

Uma epidemia é um movimento da grande Harmonia, do Equilíbrio em si… Isso é diferente. Carrega o cheiro do mal. Podemos sofrer quando a harmonia das coisas se ajusta, mas não perdemos a esperança e nem renunciamos à arte e esquecemos as palavras da Criação. A Natureza não é antinatural. Não se trata de um ajuste da Harmonia, e sim de sua perturbação. Há apenas uma criatura que pode provocar isso.

Se a feitiçaria que serve ao objetivo do bem pode se mostrar sempre mais forte, não sabemos. Mas é o que esperamos.

O sangue deles é frio e venenoso. Você não deve encará-los nos olhos. Eles são mais antigos que a humanidade… E, ainda que eu viesse a esquecer ou me arrepender de tudo que já fiz, ainda me lembraria de que certa vez vi os dragões ao pôr do sol em pleno voo sobre as ilhas ocidentais; e ficaria satisfeito.

Com o que você pode comprar a vida, se não com a vida?

Homens sem poder só estão meio vivos. Eles não contam. Não sabem o que sonham; eles têm medo do escuro. Mas os outros, os senhores dos homens, não têm medo de entrar na escuridão. Nós temos força.

Apesar de todo o seu ofício na feitiçaria, nunca enxergou o caminho diante de si, enxergou apenas a si mesmo.

Você entende, Arren, que uma ação não é, como os jovens imaginam, como pegar uma pedra e atirá-la, acertar ou errar, e está acabado? Quando se pega a pedra, a terra fica mais leve; a mão que a segura, mais pesada. Quando ela é atirada, os circuitos das estrelas respondem e, no ponto em que ela bate ou cai, o universo é alterado. De cada ação depende a Harmonia do Todo. Os ventos e os mares, os poderes da água, da terra e da luz, tudo o que fazem, e tudo o que os animais e os vegetais fazem é bem executado e executado com propriedade. Tudo isso atua no Equilíbrio. Desde um furacão e um canto de baleia à queda de uma folha e o voo de um pernilongo, tudo é feito dentro da Harmonia do Todo. Mas nós, na medida em que temos poder sobre o mundo e sobre os outros, devemos aprender a fazer o que a folha, a baleia e o vento fazem por sua própria natureza. Devemos aprender a manter a Harmonia. Por termos inteligência, não podemos agir com ignorância. Por termos escolha, não podemos agir sem responsabilidade. Quem sou eu, ainda que tenha o poder de fazê-lo, para punir e recompensar, brincando com o destino dos homens?

Você conhece o velho ditado ‘nos Extremos as regras mudam”? Os marinheiros o usam, mas é um ditado dos feiticeiros, e significa que a própria feitiçaria depende do lugar. Um feitiço que é verdadeiro em Roke pode ser mero palavreado em Iffish.

Morte e vida são a mesma coisa… Como os dois lados da minha mão, a palma e o dorso. Mesmo assim, a palma e o dorso não são exatamente a mesma, coisa… Elas não podem ser separadas nem confundidas.

Perdi todas as coisas que sabia, todas as palavras e nomes. Tudo saiu por fiozinhos, como teias de aranha, dos meus olhos e da minha boca. Há um buraco no mundo, e a luz está acabando nele.

Tomei o nome dela e dei-lhe um novo. E com isso, de algum modo, houve uma sensação de renascimento. Não há nenhuma outra ajuda ou esperança para ela.

Mas o coração dele estava todo com seu companheiro, não mais com ardor e adoração românticos, mas com dor, como se um elo fosse retirado do fundo do seu peito e forjado em um vínculo inquebrantável. Pois naquele amor que ele sentia nascera compaixão: algo sem o qual o amor é inapto, e não é completo, e não dura.

É assim com tudo; eles não sabem a diferença. Como um dos homens disse ao prefeito ontem à noite: ‘Você não sabe distinguir o verdadeiro azul-celeste do azul-oceânico…’. Reclamam dos maus tempos, mas não sabem quando os maus tempos começaram; dizem que o trabalho é malfeito, mas não o aprimoram; nem sabem a diferença entre um artesão e um manipulador de feitiços, entre artesanato e Arte da Magia. É como se não tivessem linhas, distinções e cores nítidas na cabeça. Tudo para eles é igual, tudo é cinza.

O que se passa nesta ilha é maligno, maligno: essa perda do ofício e da altivez, essa falta de alegria, esse desperdício. Esse é o trabalho de uma vontade maligna.

A palavra deve ser ouvida em silêncio; é preciso que haja escuridão para ver as estrelas. O baile é sempre dançado acima do lugar oco, acima do terrível abismo.

Nada é imortal. Mas só a nós é dado o saber de que devemos morrer.

Na inocência não há força contra o mal – declarou Gavião, um pouco irônico. – Mas há nela a força para o bem…

– A primeira lição sobre Roke, e a última é: faça o que for necessário. E nada mais! As lições intermediárias, portanto, devem consistir em aprender o que é necessário.

Se houvesse um Rei das Ilhas, ele seria um homem. E governaria. Um homem pode facilmente destruir enquanto governa: ser Rei ou Antirrei.

Para ver a luz de uma vela, é preciso levá-la para um lugar escuro.

Não há nada a temer, Lebannen – garantiu, com gentileza zombeteira. – Eram apenas pessoas mortas.

Aparentemente, desciam a encosta por um caminho longo, mas talvez fosse um caminho curto; pois onde o vento não soprava e as estrelas não se moviam, o tempo não passava.

A morte é o preço que pagamos por nossa vida e por toda a vida.

Nem todas as canções da terra, nem todas as estrelas do céu, podem preencher seu vazio.

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