Cidade dos Etéreos é a continuação de O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs e promete uma viagem peculiar com aventuras, monstros e, claro, viagens no tempo.
Cidade dos Etéreos (Hollow City)
Livro II da série O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares
Ransom Riggs
Tradução Fernando Carvalho
2016 | 384 páginas
Intrínseca
“Estranho como dá para viver seus maiores sonhos e pesadelos ao mesmo tempo.”
Sobre Ransom Riggs
Ransom Riggs cresceu na Flórida e hoje mora na cidade que se tornou o lar das crianças peculiares: Los Angeles. Sempre seguiu uma dieta à base de histórias de fantasmas e comédias britânicas, o que provavelmente explica o estilo de seus romances. Não são poucas as chances de ele estar escondido debaixo da sua cama neste exato momento, observando você (vá conferir). Se não o achar lá, você certamente vai encontrá-lo no Twitter.
Sinopse de Cidade dos Etéreos
O grupo de peculiares precisa deter um exército de monstros terríveis, e a srta. Peregrine, única pessoa que pode ajudá-los, está presa no corpo de uma ave. Jacob e seus novos amigos partem rumo a Londres, cidade onde os peculiares se concentram. Eles têm a esperança de, lá, encontrar uma cura para a amada srta. Peregrine, mas, na cidade devastada pela guerra, surpresas ameaçadoras estão à espreita em cada esquina. E, além de levar as crianças a um lugar seguro, Jacob terá que tomar uma decisão importante quanto a seu amor por Emma, uma das peculiares.
Telecinesia e viagens no tempo, ciganos e atrações de circo, malignos seres invisíveis e um desfile de animais inusitados, além de uma inédita coleção de fotografias de época – tudo isso se combina para fazer de Cidade dos etéreos uma história de fantasia comovente, uma experiência de leitura única e impactante.
Cidade dos Etéreos: a história peculiar
Cidade dos Etéreos é a continuação de O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, que também dá nome à série. Então, essa resenha pode conter alguns spoilers sobre o primeiro livro, e você pode ler a resenha dele, clicando aqui!
Em Cidade dos Etéreos iremos encontrar nossos peculiares exatamente onde os deixamos no fim de O Lar: nas ondas do oceano em uma viagem perigosa, partindo da ilha de Cairnholm, em busca de um novo lar, de respostas, segurança, em busca de salvar a Srta. Peregrine, que está machucada e presa em sua forma de ave.
Apesar dos indícios de que Londres e todas as suas fendas foram tomada pelos etéreos, além da guerra em seu ápice com etéreos infiltrados nos exércitos, o grupo liderado por Emma e Jacob precisa atravessar um longo trajeto para chegar a capital inglesa. Isso, é claro, sendo perseguidos por etéreos e acólitos, que se mostram criaturas cada vez mais repugnantes, perigosas e mortais.
A viagem toma rumos inesperados, surgem criaturas e peculiares surpreendentes mas o tempo escoa na ampulheta: os dias da Srta. Peregrine estão prestes a findar. Será que o grupo conseguirá chegar a Londres a tempo de salvá-la e ainda encontrar alguma ymbryne para ajudar?
“Eu tinha ido à ilha para solucionar o mistério que era meu avô e acabara solucionando meu próprio mistério.”
Cidade dos Etéreos: o meio do caminho
Talvez o enredo de Cidade dos Etéreos possa ser resumido exatamente assim: a viagem do grupo de pupilos da Srta. Peregrine para Londres. Mas é claro que isso não conta tudo o que acontece na história. Apesar do sentido principal ser esse, chegar até Londres, a história vai desenvolver alguns pontos que são desdobramentos da primeira história e nos apresentar algumas novidades do mundo peculiar.
Dando continuidade ao que conhecemos em O Lar, vemos o desabrochar do romance entre Emma e Jacob e, também, as implicações da decisão dele em permanecer em 1940 com os outros peculiares.
Já em se tratando das novidades, o livro traz um prato cheio: não apenas animais peculiares, mas também novos personagens, alguns passageiros e outros, nem tanto. Além disso, a introdução mais frequente e marcante da cultura peculiar é muito interessante, especialmente em relação aos Contos Peculiares (que tem um livro publicado com esse título, inclusive), e de elementos do Mapa dos Dias (nome do quarto volume da série).
“Acho que tem um equilíbrio no mundo, e às vezes forças que não compreendemos intervêm, botando mais peso no lado certo da balança.”
A narrativa de Cidade dos Etéreos
Ainda que a história siga do ponto alto em que paramos no fim do primeiro livro, tive a mesma sensação que ocorreu ao ler O Lar da Srta. Peregrine: o começo do livro (ou quase 1/3 dele), é bem parado no desenvolvimento. O próprio Jacob remói as mesmas coisas tantas vezes, que, ao invés de apenas destacar a questão para o leitor, chega a ficar repetitivo em alguns pontos.
Talvez seja o estilo narrativo, mas a história demorou um pouco a me prender e ganhar um ritmo bom. Achei que talvez acontecesse apenas no primeiro livro, porque era a parte mais introdutória da história, por assim dizer. Mas não encontro justificativas para a mesma coisa em Cidade dos Etéreos, já que a história já estava ‘engrenada’, dando continuidade ao que lemos no primeiro.
É claro que isso não fez com que eu considerasse o livro ruim. A criação de um mundo dentro da nossa realidade, com a peculiaridade de cada pessoa sendo o que a torna única, especial, é maravilhosa. E isso toma proporções muito legais em Cidade dos Etéreos. O mundo quer normalizar e a ideia de cada um ser importante exatamente pelo o que diferencia é aquele grito de guerra contra os padrões.
Além disso, eu tenho que lembrar da reviravolta incrível que acontece no fim do livro que eu fiquei simplesmente pensando mas o quê??? ahaha É, e não vou negar que agora estou bem curiosa para o terceiro livro, saber como toda essa empreitada vai terminar!
Uma coisa é certa, ao ler Cidade dos Etéreos, você vai se perguntar se, na realidade, os peculiares não vivem entre nós. Se o que chamamos de normal mesmo assim tão desejável. E vai se lembrar que são nossas singularidades, nossa peculiaridade, que faz de nós exatamente quem somos.
“A explicação não era que não tivéssemos algo que os normais tinham, eles é que não possuíam peculiaridade. Nós éramos mais, e não menos.”
A Edição de Cidade dos Etéreos
Cidade dos Etéreos é o segundo livro da série O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares e, uma das coisas mais legais dessa edição é que, antes da história, tem o Registro de Peculiares e o Registro de Não Peculiares, recapitulando os personagens do primeiro livro.
Além disso, a edição é linda, em um tom azul pastel, em capa dura, com sobrecapa ilustrada, folhas de guarda decoradas e, claro, muitas fotos peculiares ao longo da história. E ainda tem uma entrevista com o autor, Ransom Riggs e o primeiro capítulo de Biblioteca de Almas, terceiro livro da série e que encerra a primeira parte dessa jornada peculiar.
Você encontra os livros da série Peculiar, aqui:
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“Um novo mistério reside na essência do mistério da natureza.” Perplexus Anomalous
Que a Força esteja com vocês!
xoxo
Emerson
Parabéns pela resenha. Objetiva e direta. Ainda estou no primeiro livro dessa série.
Bom fim de semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Angela Cunha
Fiquei lendo a resenha, viajando nas fotos(nas unhas) e olhando meu livrinho ali na estante.]
É uma das melhores séries que já comecei na vida, isso por ter lido somente três livros(mas juro que antes do ano acabar, vou comprar os que faltam)
Eu preferi o primeiro livro a esse segundo,mas amo também esse livro e entendi cada pedacinho do que foi feito pelo autor!
É aquele precisa estar, para que o terceiro livro aconteça!!!
Amo isso das fotos dos peculiares dentro do enredo. Sei lá, é como parar para respirar.
Eu tenho umas edições simples(da revista Avon) mas mesmo assim, tenho um carinho imenso por elas!!!!
Beijo,sua linda!!!
Ángela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Mayara Esteves
Eu não estou mais apaixonada pela saga e doida (mais ainda) para ler os livros após essa resenha não né? Fiquei tão envolvida com a sua escrita, que esse texto merecia ser o texto de apresentação que fica dentro do livro Rê (queremos um livro escrito pela Rê). Não vejo a hora de ter essas belezuras e poder lê-las logo! Não preciso nem falar o que achei das fotos, porquê eu te biscoito mesmo e são biscoitinhos merecidos, vou exaltar sempre!
Mayara Esteves
@amayesteves