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Sessão Terror apresenta A noite dos mortos-vivos

Fonte: Rolling Stones – UOL

A Noite dos Mortos-Vivos

Em um belo dia na colina você e seu irmão vão de carro até o cemitério visitar o túmulo de sua falecida mãe…

Tudo corria normal, uma brisa suave, o canto mórbido do vento e a calmaria diante de tantas almas em seu descanso final… ou pelo menos deveria ser…

Em um instante seu irmão está lhe chateando com alguma implicação estúpida e no outro uma criatura está em cima dele lhe arrancando a carne e comendo seus órgãos…

Você corre para o carro e tenta fugir daquele pesadelo, porém, mais e mais seres que supostamente estavam mortos saiam de suas tumbas em busca de sangue fresco.

Pode parecer até que essa introdução saiu da música Thriller ou de algum livro de terror, no entanto, esta é a sinopse do filme A noite dos mortos vivos (1968) escrito por George Romero e John Russo.

Este clássico eternizado pelas telas do cinema foi o primeiro longa a abordar zumbis sem citar manifestações de fé ou algo do gênero.

Se hoje estamos acostumados a sermos sufocados em tantas representações de zumbis com “n” características e “n” motivos de existência foi graças a esta película da década de 60.

A Noite dos Mortos-Vivos

 

Ano de lançamento:
1968

Nacionalidade:
EUA

Duração (min):
96

Gênero:
Terror

Direção:
George Romero

Produção:
Karl Hardman, Russell Streiner e Karen L. Wolf

Roteirista(s):
George Romero e John Russo

Russo e Romero tiveram um orçamento de 114.000 mil dólares para construir um filme do zero que necessitaria de diferentes efeitos especiais e tomadas externas.

Era preciso constituir toda uma história que fosse ao mesmo tempo inovadora e aterrorizante, que fizesse o telespectador tremer na cadeira do cinema.

Tinha tudo para dar errado mas eles conseguiram fazer dar certo…

O filme foi um sucesso em seu tempo, arrecadando a um equivalente de 30 milhões de dólares, marcando a história do cinema de terror B…

Fincando a estaca de um novo subgênero, o dos zumbis.

Mas chega de elogios e vamos aos fatos…

Sinopse de A Noite dos Mortos-Vivos

Em A noite dos mortos vivos vamos acompanhar a história de Barbara (Judith O’Dea) e Ben (Duane Jones).

A jovem – da qual introduzi no começo dessa postagem- em um dado momento se encontra com Ben enquanto este também fugia dos comedores de cérebros.

Eles chegam em uma casa aparentemente abandonada e a transformam em seu refúgio, com o decorrer da trama, outros personagens vão surgindo e com eles, mais sanguinolência.

Em diversos momentos vemos o caráter dos personagens sendo colocados à prova diante daquela situação adversa e misteriosa, porque, ninguém sabia o motivo de tudo aquilo estar acontecendo.

A única fonte de informação que possuíam era a TV que ia e voltava a transmissão como também, a opinião e ideias dos outros sobreviventes.

Portanto, perguntas surgiam como devemos ficar ou sair da casa? tem alguma ajuda vindo? o que causou a volta à vida dos mortos?

Mas sem mais spoilers, vamos ao meu parecer…

Resenha de A Noite dos Mortos-Vivos

Claro, se você assistir o longa vai achar absurda a montagem e a técnica de efeitos, vivemos em um tempo onde efeitos digitais e CGI fazem parte do nosso cotidiano.

Porém, quando vemos filmes como este, o certo a se fazer é visualizá-lo a partir do seu tempo de criação, torna a análise mais fácil.

Ainda assim, o roteiro mesmo sendo muito simples consegue cativar em diversos momentos, principalmente, quando outros personagens entram em cena e estes passam a ter diálogos mais construídos.

Admito que passei muita raiva em algumas partes por conta da enrolação de alguns andamentos, mas no final eu pude entender o porquê de tudo.

Outra questão a se levar em conta é sobre o zumbi…

Estamos habituados a vê-los em filmes, livros, HQ’s, jogos e dentre outras representações, quase sempre associados a alguma espécie de apocalipse, voltado a fatores biológicos ou químicos.

Todavia, em 1968 quando A noite dos mortos vivos foi lançado nada disso existia, as únicas performances de zumbis foram referentes ao estado de zumbizado advindo da cultura haitiana.

É empolgante ver como uma obra tão simples que traz técnicas rudimentares e um roteiro muito curto conseguiu influenciar de maneira estrondosa toda uma categoria na ficção científica.

Foi aqui que tudo começou!

Mais que isso…

Mesmo se tratando de um filme de terror, consegue abordar questões que preocupavam os Estados Unidos nos anos 60 como, por exemplo, o racismo, a crise dos mísseis e o fim dos tempos.

Ah e não espere por um final feliz!

Romero e Russo foram muito enfáticos ao nos proporcionar uma película que saiu do gênero narrativo gótico do terror que rondava o cinema.

Pelo contrário, criaram uma atmosfera cheia de metáforas entre o sobrenatural e os medos reais.

A noite dos mortos-vivos disponível no YouTube:


Recomendação de leitura

Capa do livro A Noite dos Mortos-Vivos edição da Darkside Books (foto Sara Pinheiro).
Fonte: Acervo pessoal

Além de valer assistir o filme, recomendo a leitura do livro A noite dos mortos escrito por John Russo.

Lançado no Brasil pela editora Darkside Books, a obra é uma adaptação do roteiro original do filme homônimo e de sua sequência, A volta dos mortos vivos.

Uma edição linda e impecável que contém gravuras excepcionais, nos fazendo retornar ao filme, a narrativa consegue nos envolver como um bom livro deve ser.

E se você quiser se aventurar pelo mundo dos quadrinhos, eu fortemente recomendo a leitura da HQ A Noite dos Mortos-Vivos.

A mesma possui resenha aqui no blog, nela além de nos trazer a essência do filme podemos imergir em ilustrações pra lá de lindas.

Compre a sua edição: DarkSide Books | Amazon

Considerações Finais

Chegamos ao fim dessa sessão, espero que tenha gostado!

Aguarde a saída dos novos lançamentos com uma dose de spoiler, o próximo filme é um suspense psicológico dos anos 90 que abalou o cinema internacional.

Até!

por Sarah J. C. Pinheiro

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