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Adultos ♥ Emma Jane Unsworth

Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.

Adultos, adultos, adultos, afinal o que significa isso? Um status de sabedoria, controle da vida e autonomia? Bem, Jenny está nos 35 e não tem muita certeza disso, nem ela nem suas contas nas redes sociais. Suas companheiras mais fiéis, presentes em – literalmente – qualquer momento da sua vida atual. Mas, afinal, qual o problema de se viver totalmente conectada, não é mesmo?

Adultos (Adults)
Emma Jane Unsworth
Tradução de Ana Rodrigues
2020 | 400 páginas
Intrínsecos | Ed. Intrínseca
“Sou como um algoritmo com sentimentos.”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.
Sobre Emma Jane Unsworth

Emma Jane Unsworth é uma escritora britânica de Bury, Greater Manchester. Ela escreve histórias curtas e tem três romances publicadas: Hungry, the Stars and Everything; Animals e Adultos, pelo Intrínsecos, clube de assinatura da Intrínseca.

Sinopse de Adultos

Jenny trabalha para uma revista on-line feminina e descolada, tem casa própria e namora um fotógrafo famoso – a receita perfeita para manter um perfil mais do que bem-sucedido em qualquer mídia social. Na rotina off-line, porém, seu cotidiano foi sugado por dramas cada vez mais intensos. Uma realidade profundamente corroída pela angústia de precisar o tempo inteiro ter na ponta dos dedos a legenda certa, retribuir a quantidade ideal de emojis para cada novo comentário, comparar-se sem piedade à perfeição das influenciadoras por quem é obcecada e manter a sanidade pelo menos até o próximo post.

Quando a situação chega a um limite – as amizades vacilam, o namoro termina e a internet parece querer seu fim -, a mãe de Jenny, uma médium pioneira nos traumas da filha, decide intervir. Agora, aos 35 anos, Jenny precisa reaprender a conviver com a mãe, aceitar seu passado complicado e as incertezas que o futuro lhe reserva, além de sobreviver à constante necessidade de validação que permeia seus dias.

Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.
Adultos: uma curtida não é só uma curtida

As coisas não estão muito boas para Jenny. Ela não sabe se é o fato de ter que suportar suas inquilinas, se é o emprego não tão bem remunerado com a chefe ligeiramente insuportável. Ou talve, o fato de seu relacionamento amoroso ter acabado recentemente. Quem sabe seja o fato de que seu relacionamento com sua mãe nunca tenha sido muito constante, ou sequer compreendido, por ambas as partes.

“Agora estou fazendo um post para as redes sociais sobre um croissant, o que eu tenho certeza de que vai me definir como ser humano.”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.

Mas acho que não cheguei nos pontos principais: a foto do croissant, que ela levou a manhã toda planejando, simplesmente flopou. E tem a Suzie Brambles, com seu feed perfeito em fotos preto e branco que, parece a encarnação da perfeição via Instagram. Ela finalmente seguiu Jenny de volta, mas afinal, ela realmente a vê? Afinal, tudo tem que ser bem pensado. “Uma curtida nunca é apenas uma curtida”. Tudo tem significado, e dá para diferenciar uma fileira de corações sinceros para uma fileira de corações “insinseros”. Todo mundo sabe. Mesmo que seu antigo namorado tenha dito que o celular é a primeira e a última coisa que ela vê ao acordar e dormir, bem, e quem não é assim?

“É como aquele trecho de Alien 3 em que a Ripley diz para o alien: Você está na minha vida há tanto tempo que já não me lembro de mais nada. Eu costumava pensar que estavam falando sobre a maternidade. Agora eu sei que era sobre as redes sociais.”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.

Ah e parte boa é que Jenny tem pessoas que querem seu bem e, no topo dessa lista, está sua mãe, Carmen. As desavenças podem começar com aquele Natal que ela deixou a filha para viajar com um namorado, passar pela mediunidade que Jenny nunca acreditou, ou até na quantidade de gim que ela ingere. Mas aquele velho ditado de que mãe é mãe, se aplica ao caso. No olho do furacão, Carmen decide que está na hora de uma intervenção.

“Ora, nós inevitavelmente acabamos colocando um filtro em nós mesmos, né? Mesmo enquanto pessoas honestas transitando pela sociedade.”

E é aí que parece que é só ladeira abaixo. Não, não vamos culpar a mãe de Jenny, mas é que, se as coisas estavam ruins, a única certeza é que sempre dá para piorar. Tudo na vida de Jenny está entrando em colapso. Como a foto do croissant que, no fim das contas, ela já sabe que não valeu a pena.

“Eu disse para Kelly que temos mais obrigação do que as gerações mais novas de respeitar as redes sociais, porque não somos nativos digitais. Fomos criados com o impresso. Essa mudança vem sendo a maior reviravolta cultural e psicológica da nossa vida.”

Assim, acompanhamos de modo cômico e leve, mas sem deixar sentimentos intensos de lado, a rotina de Jenny. Desde os seus pensamentos mais aleatórios, à mania de constante necessidade de avaliar cada mínima coisa de sua vida. Cada palavra precisa ser pensada e repensada. Um post não é só um post e todo mundo sabe disso. Sua amiga Kelly é ótima em revisar suas legendas e mensagens, mas ultimamente ela anda um pouco rebelde e acha os atos de Jenny exagerados. Mas Jenny só quer que tudo seja como deve ser, não é mesmo!?

“Posto a foto. A espera começa. É como aquele enigma da árvore caindo na floresta vazia. Se não houver ninguém lá, será que a queda produz algum som? Se você posta alguma coisa nas redes sociais e ninguém curte, será que você existe?”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.
Adultos: a narrativa bem balanceada da descompensada Jenny

E, para contar essa história, Emma Jane Unsworth escolheu uma narrativa diferente, que traz desde troca de mensagens de texto e e-mails, à legendas de fotos do Instagram e rascunhos de e-mails que Jenny escreve como um desabafo para si mesma. Um jeito bem Jenny de ver a vida. Sempre conectada, sempre avaliando, ponderando, considerando. Sem espaço para ser espontânea, para deixar as coisas rolarem.

“Antes eu fazia as coisas só por fazer, mas agora o desempenho das minhas atividades nas redes sociais é um fator definitivo.”

Um ponto interessante é que, a medida que lemos, percebemos que Jenny nem sempre foi assim. Ok, ela sempre esteve nas redes sociais, mas elas não eram como seu balão de oxigênio. Eram sabe, as redes sociais. E Jenny era a Jenny. Então, durante a leitura, me pego perguntando como foi que tudo isso se desencadeou e logo vem a surpresa e a resposta. A autora construiu bem os motivos os quais criaram esse mundo artificial como um método de sobrevivência para a personagem. Como Jenny se tornou uma dependente das redes sociais, tal qual é possível se viciar em cocaína.

“A parte amarela da sua aura representa seu lado altamente crítico. Mas essa voz exigente dentro de si, tão dura com o mundo e com os outros, é ainda mais dura quando se volta para você, não é mesmo?”

Nesse meio, vemos alguém que não apenas não se reconhece mais, mas que não sabe o significado de amor próprio, de amar o outro, de viver a vida fora das telas. No meio desse mundo cibernético que a consome, há outros vícios, outros problemas e, sem dúvidas, alguém que se perdeu na própria vida. Tudo isso intrinsecamente relacionado ao caos do mundo conectado em que vivemos. Afinal, o quanto de nós já foi ou é como Jenny?

“Se você for mais gentil consigo, talvez ache mais fácil permitir que os outros a amem por quem você é.”
Adultos: somos todos nós afetados (a afetáveis)

Você já se afetou por algo que aconteceu nas redes sociais? Um post que não deu muito ibope, quem sabe. Ou um comentário ofensivo, indiferente ou que você não conseguiu ter certeza se era elogio, deboche, sarcasmo ou sei lá o quê. Já fez algo por um clique especial? Pensou e repensou antes de fazer algo com medo do que podem pensar de você? Discutiu com alguém pela internet? Já viu o feed de alguém e logo julgou a pessoa melhor que você? Desejou algo que apareceu no seu feed? O quanto da nossa vida real é afetado pela vida virtual? O quanto dependemos dela?

“Estou sentada diante da mesa, atualizando a página de comentários sem parar. Gentil, gentil, gentil, gentil – meu cérebro passa por cima desses como se não fossem nada além de ar, como se não fossem nada, como se fossem cacete, o que você está tentando fazer, ser meu amigo? – então… ah!
Um comentário cruel.
Leio e releio e releio, saboreando.
TEXTO EGOCÊNTRICO DE VAIDADE SUPERPRIVILEGIADA – DUVIDO MUITO QUE ISSO SEJA MESMO VERDADE
Sinto as palavras como se fossem fogo sagrado. Me sinto derrotada, mas também vitoriosa. Essa pessoa está certa! Ela me entende perfeitamente! )Talvez seja o amor da minha vida??) Eu sabia que era odiosa e aqui está a prova! Deixe arder! Deixe a chama fazer justiça! Eu mereço. Mereço tudo isso. Quero mais!”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.

Sei que são muitas perguntas mas, no fim, você pode até pensar ‘ah, não sou/fiz nada disso, eu me afasto das coisas se não me fazem bem’. Mas se não te fazem bem e você – sabiamente – se afastou, isso não significa que já foi afetado?

“Que nem quando convocou uma reunião de café da manhã e eu cheguei nervosa, então me acalmei quando ela pediu ovos. Porque não é como se você fosse demitir alguém diante de uma xícara de café. Ou de um iogurte, se você se esforçar.”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.

Jenny é assim, e também é extrema. Logo no começo do livro, nos deparamos com situações que podem soar estapafúrdias. Mas garanto que não o são. E, se achamos que a camada divertida da história faz com que tudo perca o significado, garanto que não, em um toque de realidade sádico (e triste) nisso tudo. Então, talvez seja a hora de usar o mundo virtual para entender o mundo virtual. Ele vicia. Seu celular vicia. Vicia você.

“Relacionamentos não devem ser julgados pela longevidade, mas pela qualidade. Por que as coisas têm que durar para sempre para serem vistas como ‘um sucesso’? Elas podem chegar a um fim e não terem sido um fracasso.”

Essa leitura fala muito sobre os nossos hábitos cibernéticos, sobre como não apenas dependemos do mundo virtual, mas como ele passou a ser validação não apenas para o que está salvo na nuvem, e sim para o que está detrás das telas. Para o mundo real.

“Do que você tem medo?
Ser deixada para trás.
De que não me queiram.
De vir em segundo lugar.
E quão decepcionante e infantil é isso, meu Deus!”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.
Adultos & Observações sobre um Planeta Nervoso

E tudo isso me levou a pensar numa outra leitura que fiz há pouco tempo, de Observações de um Planeta Nervoso, do Matt Haig (só clicar aqui para ler a resenha), e que vai tratar justamente sobre as pessoas do mundo contemporâneo, que está conectado 24h por dia e que exige do ser humano, mais do que ele foi feito para processar. Essa foi uma leitura muito gostosa e reflexiva, que me deixou mais leve depois de acabar. Acho que seria uma ótima leitura para Jenny, inclusive!

“Mas, na maior parte do tempo, só quero não me importar o tempo todo com o que cada pessoa pensa de mim, e quero não ter as opiniões de tantas pessoas zumbindo no meu cérebro, e quero dividir a vida com alguém e não me entediar, e estou muito apavorada de isso não ser possível, porque são muitas caixas para esvaziar e organizar. E, algumas vezes, só quero tomar um banho, colocar um jeans limpo e comer um sanduíche em um café, e me sentir como uma porra de uma pessoa normal.”

Tanto em Observações quanto em Adultos, o ponto que chegamos é aquele: o quanto do que está na tela é real e o quanto do que está lá, nos afeta? É claro que isso vai variar de pessoa para pessoa, mas o ponto essencial, é mostrar como todo mundo, inclusive as pessoas “não tão conectadas assim”, estão sujeitas à essa pressão. E, quando estamos passando por problemas do lado de cá, na vida real, o que pode parecer uma ótima válvula de escape, ou seja, as redes sociais, pode na verdade ser uma canoa furada. E falo isso pela Jenny, pelos relatos do Matt Haig e por minha experiência pessoal.

“Você está chateada porque alguém que você não conhece talvez não goste de uma versão sua que, na verdade, não existe.”

Às vezes, a história da Jenny pode parecer exagerada porque seus pensamentos estão sobre a tela, debaixo de lupa para nós analisarmos, mas a questão é que, muitos dos comportamentos dela, são reproduzidos em outras escalas, sem mesmo que a gente perceba. Mas vale lembrar que o medo do que o outro vai pensar é forte na maior parte das pessoas, faz parte do mundo em que criamos vivemos e alimentamos. É um medo que compartilho com a autora Emma Jane Unsworth, com Jenny e com Matt Haig. E haja terapia para tudo isso. Mas a gente consegue reverter o jogo. E se precisar, a gente pode voltar para a primeira página e recomeçar, reconectar conosco e seguir adiante. Mais leve.

“Jack Nicholson foi descrito como ‘um solitário muito sociável’. Eu me sinto mais ou menos assim. Sou mais feliz na minha própria companhia tendo como fundo um cenário de adoração geral. Quero ser adorada na minha ausência.”
Adaptação para Tevê

Em 2014, Emma Jane Unsworth atuou como roteirista do filme adaptado de Animals e, atualmente, está trabalhando numa adaptação de Adultos, para a TV britânica.

“É tão difícil ser espontânea e ter consideração ao mesmo tempo. Por isso normalmente é melhor ficar em casa, vendo televisão ou interagindo em segurança pela internet, por trás de uma fachada semiverdadeira. O mundo exterior exige realidade demais. E acho a realidade estressante ao extremo. A realidade não dá o tempo necessário para uma pessoa pensar. Expõe o despreparo.”
Resenha de Adultos de Emma Jane Unsworth, publicado no Intrínsecos 23, de agosto/2020 pela Intrínseca.
Intrínsecos 023: agosto de 2020

Para quem não conhece, o Intrínsecos é o clube de assinatura da Editora Intrínseca. Já o livro Adultos, da Emma Jane Unsworth veio na caixinha 023, de agosto e acompanhado dos itens tradicionais: marca páginas, cartão postal com a arte que será a da capa comercial do livro e a Revista Intrínsecos.

“Sou como um algoritmo com sentimentos.”

Sem dúvida preciso fazer um adendo para falar que essa Revista Intrínsecos veio com um conteúdo super relacionado à leitura, trazendo dados sobre a autora, um trecho de Observações de um Planeta Nervoso, e textos que falam sobre o período de isolamento e o uso das redes sociais como um ponto positivo nessas circunstâncias. Mas também lembra que a vida real é a mais importante e traz dicas para um relacionamento mais amigável e saudável com as redes sociais. E o meu texto preferido da vez foi Quem é você nas redes? da Alana Ancara.

“Não sei em quem confiar, porque não sei quem sou. Tenho trinta e cinco anos, estou na metade do caminho, e ainda estou esperando a minha vida começar.”

E o outro brinde, que varia conforme a edição, é um apoio para dedo, que auxilia na hora de segurar o livro para leitura, com uma única mão, na cor laranja transparente. Detalhes à parte, o lilás da capa do mês está linda! Para conhecer o Intrínsecos, é só clicar aqui!

“Você vai ter parado de esperar que a sua vida comece, porque vai entender que isso se baseia na ideia de esperar que um momento perfeito chegue, para que então possa parar e descansar. Spoiler: esse momento perfeito nunca vai chegar, porque ele vem de um conto de fadas que contaram para você, para que você continue carente. É uma bela mentira. A sua vida está acontecendo sem você, portanto é melhor estar dentro dela.”

Mas agora, sai da internet vai aproveitar a vida real um cadinho!

Que a Força esteja com vocês!

xoxo

Retipatia
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  • Angela Cunha

    Depois de ter lido um pouquinho sobre a resenha ontem no Insta, fiquei pensando sobre o assunto. Me lembrei de um episódio de Black Mirror, onde os personagens precisavam dessa aprovação na internet para existirem. Pesado, mas bem real!
    Talvez tenha sido por isso que o livro não tenha sido tão bem aceito(eu li pessoas que o abandonaram) Não é uma simples história de alguém “viciada” em mundo virtual, é um puxão de orelhas em nós mesmos!!!
    Já quero muito ler!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor(@vazionaflor)

    responder
  • Emerson

    Uau! Parece ser um livro reflexivo. Antigamente eu era muito preso às redes sociais. Hoje tenho dosado o tempo que passo. Bela resenha e fotos.

    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    responder
  • Mayara Esteves

    Essas fotos são tão reconfortantes, rs.
    Lendo essa resenha eu reparei que nossa geração tem carregado muito de Jenny dentro de si, cada vez mais preocupados com pessoas que sequer as viram de perto e esquecendo do óbvio, de como é bom estar perto de pessoas reais e agradá-las também. Esse medo infinito de não ser perfeito, que nos enche de inseguranças e crises severas de ansiedade e o livro veio como um alerta, como se um amigo gritasse: “Acorda pra realidade!”

    @amayesteves

    responder