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Pequeno Manual das Parcerias com Editoras

Pequeno Manual das Parcerias com Editoras

No Pequeno Manual das Parcerias com Editoras você vai encontrar dicas, recomendações e informações para te ajudar desde etapas prévias até a inscrição numa parceria.

Ou seja, aqui você vai encontrar ações práticas que podem ajudar na sua entrada no time de parceiros dos seus sonhos. Além disso, também darei dicas sobre o preenchimento dos formulários de parcerias e algumas práticas mais comuns no mercado literário.

E qual é meu gabarito para criar o Pequeno Manual das Parcerias com Editoras?

Desde 2016, quando criei este blog, comecei a fazer parcerias literárias. Primeiro, com autores brasileiros, depois, com editoras.

Ao longo dos últimos anos, já firmei parceria com mais de 15 editoras, nos mais diversos moldes e estruturas e, assim, entre erros e acertos (tanto delas quanto meus), acumulei bastante aprendizado.

Compreender desde o que significa ser parceiro em cada editora, as responsabilidades e o trabalho que vem junto, até o papel que ela exerce no mercado de literário são questões importantes. E por isso reuni as informações de uma forma mais sucinta e prática neste manual.

Pequeno Manual das Parcerias com Editoras

O Pequeno Manual das Parcerias com Editoras foi dividido em quatro capítulos, facilitando a lógica e compreensão dos temas. Dentro de cada um deles, os tópicos estão descritos de modo sucinto e prático.

Caso alguma dúvida não seja esclarecida de cara, recomendo que continue a leitura, provavelmente o tema vai surgir ao longo do texto. Pelo contrário, deixarei uma lista de sugestões de leitura no fim do manual e também os comentários estão sempre abertos.

1. Preparando seu Perfil

Antes de qualquer coisa, se você quer tentar uma parceria, precisa ser sincera consigo mesma e pensar: o meu perfil está pronto para isso?

Pergunto isso porque algumas coisas na criação de conteúdo só vêm com o tempo: presença, formação de comunidade, alcance, engajamento, etc.

Por isso, é importante entender se o seu perfil já é atrativo o suficiente para que uma Editora o selecione como parceiro. E que fique claro, a editora seleciona o seu trabalho e não sua pessoa. Não é uma escolha pessoal.

Da mesma forma, a parceria é uma relação de trabalho. Como empresa, a Editora vai procurar alguém que tenha um perfil compatível e atrativo, que faça sentido que ela compartilhe o trabalho dela, para ser divulgado.

Por isso, para ajudar você a checar se seu trabalho está pronto para receber parcerias, listei alguns tópicos:

Presença nas redes

Em muitas inscrições há espaço para indicar quais são as redes e/ou sites para os quais você produz conteúdo. Geralmente é possível indicar também qual é a principal.

Seja um blog, o Instagram, o Tik Tok, o YouTube, ela será a rede para a qual você mais se dedica, mais produz e a qual você “vincula” a parceria. Ou seja, a Editora vai esperar que, ao menos nessa rede principal você compartilhará o conteúdo produzido.

Por isso, analise quais redes você quer inscrever e qual é (ou será) seu carro-chefe.

Tipos de Conteúdos

Além das redes e/ou site que você possua, é importante pensar sobre os tipos de conteúdo que você produz. Em alguns casos, as editoras especificam que tipo de conteúdo buscam na parceria, então é legal pensar se você se enquadra nessa exigência.

Além disso, apostar não apenas em plataformas diversificadas, como também em conteúdo de diversos formatos, que conversem e se conectem com seu público, costuma ser uma boa estratégia de marketing e um atrativo para o seu perfil.

Frequência de Postagens

A tal da frequência que sempre pega muita gente achando que ela é igual a todo dia. Ela é importante, mas não tem relação com postagens diárias.

Frequência é sobre se manter constante na rede, para que sua presença se mantenha ao longo do tempo e, claro, para que você agrade aos deuses dos algoritmos. Isso não vai implicar um número x ou y de postagens, mas sim a forma como você se posiciona e faz sua marca ser presente para as pessoas.

Permanência e Comunidade

E, se estamos falando sobre como você se posiciona, se mostra presente e se comunica com seu público, estamos falando sobre permanência e formação de comunidade.

Permanência é como eu chamo a presença digital marcante, que se comunica com as pessoas para além dos likes e da frequência de postagens. Por isso, ela é uma das bases para a construção de uma comunidade.

Comunidade são as pessoas que não são apenas seus seguidores, são mais que isso, te seguem para todo canto, te acompanham de perto e de longe e torcem por tudo que você faz. São as que interagem e apoiam seu trabalho das mais diversas formas. São aquelas as quais você consegue estabelecer um relacionamento mais próximo.

Números importam?

A pergunta que não quer calar é: números importam? E, apesar de parecer em cima do muro, sim e não.

Números são importantes na medida que servem como acompanhamento e um feedback de como seu conteúdo tem desempenhado na plataforma. É para você entender qual atrai mais pessoas, qual engaja mais comentários, qual é mais compartilhado.

Os seguidores são importantes porque demonstram que aquelas pessoas que seguiram, chegaram ali e se interessaram pelo seu trabalho e resolveram ficar.

Mas os números não resumem o seu perfil ou o seu trabalho. Os números nem sempre vão indicar o quão forte é a sua comunidade ou o quanto as pessoas que seguem você, confiam no seu trabalho. O quanto elas seguem uma indicação ou dialogam com você fora dos comentários.

É o tipo de coisa que demonstra a força da sua comunidade e seu poder de influência (acredite, influenciadores não são apenas pessoas com perfis de milhões), mas que não necessariamente será exprimido pelos números da sua conta.

E a aparência, conta?

Sempre que me perguntam se a aparência das coisas importa eu preciso dizer um belo e sonoro siiiim! A maior parte das redes sociais de hoje são redes visuais e, por isso, é importante ter um perfil harmônico e que represente seu estilo, gosto e autenticidade.

Sobre isso não quero dizer que: você tem que ser um profissional do design ou fotógrafo para ter um trabalho que seja a sua cara e harmônico. É muito mais sobre dedicação e imprimir seu jeito nas coisas.

Pesquise os temas nos quais tem dificuldade, e dedique-se, dentro da sua disponibilidade (de tempo, paciência, grana, etc.), a sempre aprender e colocar em prática. Nenhum perfil nasce e constrói sua personalidade e estilo do dia para a noite. Nem nasce perfeito (nada é perfeito). Inspire-se nos trabalhos que gosta de acompanhar e referências para encontrar seu caminho.

Faça um check-up

Por último, mas não menos importante, confira se as informações que você dispõe nas redes estão atualizadas. Isso vale desde links até informações da sua bio. No caso do Instagram, confira os destaques, as guias e postagens.

E seja sincera, se você chegasse hoje no seu perfil, ele seria atrativo para você?

2. Como funcionam as parcerias

Regras

Pode parecer bobagem, mas sempre leia as regras com atenção e, se tiver dúvidas, entre em contato com a Editora. É preferível sanar a dúvida antes e evitar a frustração de não conseguir por não cumprir um requisito ou disposição da parceria (e você nunca vai saber se isso aconteceu, ou não).

A maior parte das inscrições já apresenta uma prévia de como será o funcionamento da parceria, como quais ou quantos livros terá direito ou acesso, o que ela vai avaliar, período de duração da parceria, data prevista para o resultado, etc.

Formulário de Inscrição

Os formulários de inscrição, no geral, pedem dados básicos como nome, endereço, links das redes sociais, dados de contato, data da criação da página, número de colaboradores.

Preencha com calma e certifique-se de que eles estão corretos e completos. Muitas vezes as editoras já salvam esses dados para os primeiros envios aos parceiros, então é importante que seus dados tenham sido enviados corretamente.

Além disso, as inscrições costumam incluir perguntas que abrem espaço para você escrever. Geralmente o básico é: por que você deseja aquela parceria. Em alguns casos, há espaço para deixar uma nota ou recado para a editora ou para falar especificadamente do seu projeto.

Seja como for, é a oportunidade de você demonstrar seu diferencial, tanto quanto sua escrita e o quanto você valoriza a parceria. Algumas dicas:

  • escreva sobre o diferencial do seu trabalho e como ele combina ou se alinha com o trabalho da editora. Seu diferencial é o que torna seu trabalho único, especial, seu. É o motivo que te leva a criar e acreditar que pode fazer a diferença;
  • coloque informações relevantes sobre seu trabalho, compromisso e dedicação;
  • respeite o limite de tamanho informado no formulário;
  • use seu tom habitual de escrita, mas evite abreviações ou coisas que possam comprometer a compreensão do seu texto;
  • confira sua redação e corrija os erros.

O que a editora avalia?

Em alguns casos, as editoras informam nas regras quais são os pontos que serão avaliados na seleção. Mas, ainda que não esteja descrito, a análise não será meramente numérica ou estética. Digamos que, idealmente, vão analisar o conjunto da obra, a qualidade do conteúdo, que inclui:

  • a parte estética, de fotografia, vídeo e design/layout de banner, conforme o que você usa;
  • seu conteúdo escrito: é bem escrito? São avaliações reais, coerentes? Os conteúdos são criativos e atrativos?
  • números, engajamento, alcance, comentários, respostas, frequência, comunidade, relação com o público, etc.

Algumas editoras pedem prints ou imagens com os dados do Instagram, por exemplo, ou então demonstrativos de alcance do site. E sempre, sempre seja sincera e coloque informações reais de quantitativos e dados solicitados.

3. Equilíbrio nas Parcerias com Editoras

Primeiro, lembre-se que parceria não é sobre ganhar livros. É um instrumento de trabalho e deve agregar à sua criação, não te sobrecarregar.

Além disso, parceria é sobre contrapartida, obrigações dos dois lados. E, mesmo que, em termos práticos, o valor de um livro não cubra todo o trabalho que você faz, por exemplo, para produzir uma resenha, é possível que essa relação seja saudável e equilibrada.

Quando a editora é aberta a ouvir seus parceiros, estabelecer uma relação mais justa e próxima se torna mais fácil equilibrar a balança. Compreender as particularidades da criação e prestar suporte e apoio aos parceiros faz parte do trabalho da editora.

Ao mesmo tempo, o parceiro precisa ser responsável com o compromisso que firmou. Manter-se aberto a conversar, ouvir, dialogar e apoiar o trabalho da editora também faz parte do seu papel.

Por fim, mas não menos importante, lembre-se: conseguir ou não uma parceria não reafirma seu trabalho como bom, nem como ruim. Conseguir uma parceria é sobre o timing seu e da editora estarem alinhados e, não sobre a qualidade do que você faz ou sobre o seu valor como pessoa.

4. Conteúdos Recomendados

Para quem ainda não conhece, tenho uma newsletter dedicada a falar sobre criação de conteúdo literário chamada Gentileza Literária, que expande tudo que está aqui no Pequeno Manual das Parcerias com Editoras. Ela é postada semanalmente às quartas e você pode ler as edições já postadas e assinar no site da GLit.

Além disso, tenho recomendações pensando em temas mais específicos, que listei a seguir:

Permanência e frequência na criação de conteúdo literário: capítulo I da GLit

Parceria vista por uma Editora: entrevista com a Editora Wish sobre parcerias

Parceria vista por uma autora: entrevista com Marina Mafra

(Des)equilíbrio nas parcerias: capítulo VI da GLit

Recomendações sobre como conseguir parcerias com editoras: leia o texto completo aqui

Gostou do Pequeno Manual das Parcerias com Editoras? Deixe sua dúvida nos comentários e compartilhe o conteúdo com quem pode estar precisando dele!

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