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Os prós e os contras de nunca esquecer ♥ Val Emmich

Os prós e os contras de nunca esquecer
Val Emmich
Editora Intrínseca
“As pessoas acham que eu não devia sentir falta das coisas porque tenho a lembrança delas guardada na caixa no meu cérebro, mas essas lembranças só me fazem sentir mais falta das coisas”

Sobre o Autor

Val Emmich é escritor, compositor, cantor e ator. Atualmente vive em Jersey City, New Jersey, com sua esposa e os dois filhos. Os prós e os contras de nunca esquecer é seu primeiro livro.

Sinopse

Joan Lennon é uma menina de 10 anos com um dom surpreendente: ela é capaz de lembrar, com exatidão de detalhes, tudo que aconteceu com ela. Sabe quantas vezes a mãe disse “sempre dá certo” nos últimos seis meses, lembra dos dias e dos motivos para ter chorado, mas compreende também que nem todos têm essa capacidade. A maioria das pessoas, ela sabe, esquece as coisas, mas Joan não quer ser esquecida pelos outros. Então quando depara no jornal com um concurso cultural intitulado “Próximo Grande Compositor”, ela encontra a resposta: uma boa música é impossível de ser esquecida. Ela só precisa achar o colaborador perfeito. E é aí que entra Gavin Winters.

Amigo de faculdade dos pais de Joan, Gavin é um ator famoso de Los Angeles que no momento enfrenta a dor terrível de ter perdido subitamente o namorado, Sydney. Depois de ter um vídeo seu em surto vazado na internet, Gavin decide dar um tempo na casa dos velhos amigos.

Logo que se conhecem, Gavin e Joan fazem um acordo peculiar: ele vai ajudar Joan com a música e em troca a menina vai contar tudo que se lembra de Sydney. Mas o que no início era reconfortante acaba se tornando uma tortura no momento em que Gavin é obrigado a encarar o fato de que o namorado talvez estivesse escondendo alguma coisa.

Emocionante e divertido, Os prós e os contras de nunca esquecer é um livro de estreia surpreendentemente encantador, para ser lido com Beatles tocando ao fundo.

Os prós e os contras de nunca esquecer

Na minha estréia como resenhista deste blogão, vou falar de um livro da minha editora favorita, Intrínseca, meu amor platônico, minha crush!

O livro me chamou a atenção por ter relação com música, meu segundo hobby, antes meu coração só pertence à leitura. Um enredo que exala trilha sonora e nos embala na melodia de um drama que me parecia ter ricos ensinamentos.

Joan nunca soube o que era ser normal, já que carregava o dom de uma memória impecável. Ela conseguia lembrar com detalhes de todos os momentos da sua vida, incluindo dias da semana, roupa que vestiu, alimentos que comeu, tudo que qualquer um fez ou disse. Seria algo extraordinário, se não a machucasse a facilidade com os que outros se esqueciam dela ou do que viveram. Um dos exemplos mais fortes e recentes, foi ver a avó falecer de Alzheimer, após esquecer completamente da neta.

Jovem e cheia de sonhos, Joan queria fazer algo memorável, que a eternizasse, não apenas para os familiares, como para o mundo. Viu a sua chance através de um concurso de música, onde junto com o pai, um dos músicos que ela mais admirava depois de John Lennon, poderia criar uma canção que emocionasse as pessoas.

Paralelo à essa história, conhecemos Gavin, um dos melhores amigos do pai da Joan, que foi casado com Sydney, o melhor amigo da mãe dela. Relacionamento que foi resultado de um encontro arranjado pelos amigos e um sucesso até Sydney falecer. Gavin era um ator famoso, com a vida estruturada, mas perder o companheiro abalou seu emocional e na tentativa de se livrar das lembranças, ele arma uma fogueira no seu quintal, com toda as coisas do marido. A ideia não foi bem sucedida e terminou com os bombeiros acalmando um incêndio.

Preocupados com a sanidade do amigo, os pais de Joan o convidam para passar um tempo com eles e é aí que a história começa.

Uma das profissões mais difíceis de sustentar é a dos músicos! Ou você dá muita sorte e consegue se encaixar e fazer sucesso ou você vive lutando por um lugar ao sol. O pai de Joan se encaixa nesse segundo grupo. Tinha um estúdio em casa, onde compunha jingles e prestava alguns serviços, mas quem pagava as contas era a sua esposa, que decidiu que não manteria mais o estúdio, por motivos óbvios, não dava dinheiro. Diferente do pai, Joan não compreendia os motivos da mãe e extremamente abalada, tornou a tarefa de criar a canção, ainda mais valiosa, sentimentalmente falando.

Gavin tinha um histórico musical, há muito esquecido, deixado nos tempos de faculdade com o pai de Joan. Quando conversou com a menina, ficou admirado com a esperteza e carisma, mas ainda mais pela sua incrível memória. Ele, que foi até ali para parar de pensar em Sidney, encontrou em Joan a chance de ouvir histórias com tamanha exatidão nos detalhes, que parecia estar diante do amado novamente. Uma amizade nasceu e um pacto, se Joan contasse todas as lembranças que tinha de Sidney, ele a ajudaria com a canção.

Ouvir as lembranças de Joan foi maravilhoso, até que alguns fatos começaram a não bater e Gavin se viu de frente com o maior dilema da sua vida: Sidney era realmente quem ele imaginava? Na ânsia por encontrar respostas, arrasta a jovem amiga em uma aventura para descobrir os mistérios do passado do amado.

Para Joan, tudo estava ótimo. Ganhando atenção de um adulto como nunca teve, ajudando em algo que parecia importante e ainda tendo auxílio na sua música, que a faria ser lembrada eternamente. Mas nenhuma distração foi o suficiente para fazê-la esquecer que em breve não haveria mais o estúdio do pai. Achando que poderia ajudar de alguma maneira, ela começa a aceitar explorar a curiosidade da mídia pela sua memória espetacular, para conseguir dinheiro e ajudar nas despesas do estúdio, mas escondida dos pais e se aproveitando dos momentos de “babá” de Gavin.

Por mais que as intenções fossem boas, Joan mete o novo amigo na maior enrascada, enquanto ele tenta lidar com as consequências das respostas que encontrou sobre Sidney.

Quotes

“Ser capaz de parar de se preocupar com o quanto significamos para as pessoas deve ser a melhor sensação do mundo.”

“Ninguém é normal, no fim das contas.”

“(…) Onde quer que eu olhe, em todos os cantos, vejo o que ninguém mais vê: as lembranças.”

“(…) quanto mais coisas experimentar, mais vai ter sobre o que compor.”

“(…) primeira lição do amor: um pouco de desconforto é um pequeno preço a pagar.”

“As pessoas não mentem porque estão felizes e contentes. Elas mentem porque dizer a verdade é difícil demais.”

“(…) lembranças nunca são tão boas quanto o momento de verdade(…)”

Aleatoriedades
  • A narrativa é em primeira pessoa, alternando os capítulos entre Joan e Gavin. Não há nada indicando sobre a mudança de narrador, mas consegui compreender após algum tempo de leitura. Devido a grande diferença de idade dos personagens, achei que o autor se perdeu um pouco e em alguns momentos tive que ler duas vezes para entender quem estava falando quando era alguma cena com os dois. A narrativa oscilou entre primeira e terceira pessoa em muitos momentos, deixando a história bastante confusa. O autor criou um grande mistério, toda uma expectativa e na minha opinião, nada aconteceu. Foi uma leitura bem decepcionante. Uma pena, pois amo esse estilo;
  • Me apaixonei pela edição, pelos detalhes físicos dessa obra. A editora arrasou;
  • O nome da protagonista é Joan Lennon, Joan em homenagem a avó e Lennon ao John Lennon, ídolo do pai dela;
  • Uma história sobre o amor e superação, mas principalmente sobre o valor da amizade.
Os prós e os contras de nunca esquecer pode ser encontrado nas grandes livrarias físicas do país ou nos links do site da Intrínseca.

Até a próxima resenha!

Beijos,

Matipatia

Comente este post!

  • vivian Diniz

    Parece ser uma leitura bem agradável, com Beatles é difícil não ser coisa boa,rs.

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    • Retipatia

      Oi Vivi!
      Ah com certeza é sim, Betles é sempre boa referência! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Daniel de Castro

    Gostei muito das fotos e que resenha! Li em algum lugar que nossa memória distorce algumas coisas meio que criando uma lembrança própria, mas imagine lembrar de tudo? Castigo para uns, dom desejado para outros, o fato é que recordar é viver, mas “Who Wants To Live Forever” ??? (guardei essa e finalmente pude usar!! amo essa música do Queen!!!) rs

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    • Retipatia

      Oi Daniel!
      Ah feliz que tenha gostado! E sim, as falsas memórias podem acontecer e se lembrar de absolutamente tudo deve ter seus benefícios e malefícios! E também adoro Queen! 🙂
      xoxo

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