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Corte de Névoa e Fúria ♥ Sarah J. Maas

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.

Depois dos acontecimentos de Sob a Montanha, Corte de Névoa e Fúria irá nos apresentar um mundo totalmente diferente. Uma parte de Prythian que os leitores podem preparar para se apaixonar e, claro, para descobrir que algumas coisas que nos são preciosas em uma parte de nossas vidas, nem sempre se encaixam ao longo do tempo. Ou depois de um grande acontecimento. Esse é o segundo livro da saga ACOTAR, favorito da maioria dos fãs!

Corte de Névoa e Fúria (A Court of Mist and Fury)
Livro 2 da Saga ACOTAR (A Court of Thorns and Roses) – Corte de Espinhos e Rosas
Sarah J. Maas
Tradução Mariana Kohnert
Galera Record | 2016 | 658p.
Disponível em Amazon
“Quando o Caldeirão foi feito – interrompeu o entalhador -, o artesão sombrio usou o restante do minério derretido para forjar um livro. O Livro dos Sopros. Nele, escritos entre as palavras entalhadas, estão os feitiços para negar o poder do Caldeirão, ou controlá-lo por completo. Mas, depois da Guerra, ele foi dividido em dois. Um pedaço foi para os feéricos, e o outro, para as seis rainhas humanas.”
Sobre Sarah J. Maas

Sarah J. Maas é autora da série Trono de Vidro, publicada pela Galera, best-seller do New York Times e sucesso internacional. Ela adora contos de fadas, filmes da Disney e música pop ruim; bebe café demais e vê muito lixo na TV. Sarah nasceu em Nova York, mas atualmente mora em Bucks County, Pennsylvania, com seu marido, o filho e seu cachorro.

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.
Sinopse de Corte de Névoa e Fúria

Feyre Archeron morreu Sob a Montanha. Nas garras de Amarantha, a jovem humana que ansiava por amor e proteção deixou de existir. Das cinzas de seu velho eu, Feyre Quebradora da Maldição foi Feita – com os poderes de sete Grãos-Feéricos… e uma vontade tão férrea quanto o metal temido por eles.

Seu coração, no entanto, permanece humano, vulnerável. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin…. e o pacto firmado com Rhysand, senhor da Corte Noturna. Mas, mesmo assim, Feyre se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que ela se sente mais plena?

Peça-chave num jogo que desconhece, Feyre deve aprender rapidamente do que é capaz. E curar sua alma partida. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte… um que ameaça não apenas os feéricos, mas o mundo humana e a muralha também.

Enquanto navega por uma teia de intrigas políticas, paixões e poder, sufocada por Tamlin, Feyre precisa decidir o que deseja: amor ou liberdade?

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.
Corte de Névoa e Fúria

Corte de Névoa e Fúria é a aclamada continuação do livro Corte de Espinhos e Rosas, saga da autora Sarah J. Maas, que conta a história de Feyre Archeron, uma humana que, após matar um lobo feérico, é obrigada a viver nas terras imortais para pagar sua dívida. O que ela descobre lá vai desde o primeiro amor até uma maldição intransponível que a leva a uma batalha além de suas capacidades mortais. Para ler mais sobre o primeiro volume da saga ACOTAR, é só conferir a resenha de Corte de Espinhos e Rosas. Ah e fica o aviso: esta resenha contém spoilers sobre o primeiro livro!

“Reúna as duas metades do Livro dos Sopros e conseguirá anular os poderes do Caldeirão. Com sorte, antes que retorne à força total e destrua aquela muralha.”

A primeira coisa que vem à mente ao pensar em Corte de Névoa e Fúria é o que acontece depois do felizes para sempre? Ainda que o primeiro livro deixe brechas para sua continuação, ele é como um ciclo inteiro, que se fecha e deixa as expectativas pelo que está por vir direcionadas para essas partes faltantes do quebra-cabeça. Mas, o que temos nesse segundo volume vai bem além da mera continuidade de vilanias pela conquista de terras e poder.

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.

Dividido em três partes: A Casa das Bestas, A Casa do Vento e A Casa da Névoa, que casam com os momentos da história, aqui continuamos a ver o desenvolvimento do arco de personagens principais, e, em especial, as consequências de Sob a Montanha. A questão é que a situação, que deveria abrandar-se em vários aspectos, transforma-se num cárcere privado para a protagonista quando Tamlin, ao recuperá-la dos braços da morte, se transforma no carcereiro que tememos (assim como a própria Feyre) que ele seria no primeiro livro.

“E diante daquela roca antiga, de costas para mim, estava a Tecelã. Os cabelos espessos eram do mais exuberante tom de ônix, descendo em cascata até a cintura fina conforme ela trabalhava na roca, e mãos brancas como neve alimentavam o aparelho e puxavam o fio ao redor de um fuso afiado como um espinho.”

E esse é um dos pontos mais bem trabalhados pela autora em toda a história, o desenvolvimento segue de modo bem delineado e não se tem a sensação de que mocinhos viraram vilões do dia para a noite e vice e versa. Assim, funciona como um ótimo lembrete de que os papéis de todos os personagens dificilmente se resumem a essa dicotomia de bem versus mal.

Em Névoa e Fúria, o que era o desabrochar do primeiro amor, se torna pequeno e insignificante diante da situação abusiva que Tamlin impõe a Feyre. O cárcere, o controle excessivo, características claras no primeiro livro mas que são extremadas agora, fazem com que a nova feérica queira se livrar de todas essas amarras. É uma ótima alusão a comportamentos e relacionamentos abusivos que estamos cansados de ver no mundo real. Todos os personagens estão marcados pelos acontecimentos do primeiro livro e suas reações são ecos disso e de suas personalidades. Só que o problema é que Tamlin, incapaz de lidar com seus traumas e os de Feyre, transforma-se na besta de atitudes irracionais e controladoras que pode colocar toda sua história a perder.

“Um anel de fios entrelaçados de ouro e prata, adornado com pérolas e encrustado com uma pedra do mais profundo e sólido azul. Safira… mas diferente. Eu jamais vira uma safira como aquela, nem mesmo nos escritórios de meu pai. Aquele… Eu podia jurar que à luz pálida, as linhas de uma estrela de seis pontas irradiavam pela superfície redonda e opaca. Rhys… aquilo tinha a marca de Rhysand.”

Ao mesmo tempo que a autora trabalha essa ideia, nos lembra do acordo que Feyre fez com Rhys no primeiro livro e é interessante observar como ela recorre ao conto de fadas que já inspirou a história, a Bela e a Fera, para trabalhar novamente a ideia de amor, cárcere e liberdade (e isso se mistura entre os três personagens que ganham foco: Feyre, Tamlin e Feyre). Alguns outros contos de fadas também servem de inspiração para outros momentos e personagens, mas citá-los um a um seria o mesmo que contar segredos que valem a pena conhecer na hora da leitura (os famigerados spoilers… rs).

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.

A história então se desbrava em um mundo de novidades, tanto quanto conhecer a Corte Primaveril em Espinhos e Rosas, desbravamos agora a temida Corte Noturna e vamos conhecendo novos personagens, locais e, junto de Freyre, passando por um novo processo de autodescoberta e crescimento. Laços são estreitados, outros rompidos e a nova feérica descobre que algumas coisas o Caldeirão forjou antes mesmo de sua existência, mas que a capacidade de escolha é algo o qual pertence unicamente a ela.

“- Às pessoas que olham para as estrelas e desejam, Rhys.
[…]
– Às estrelas que ouvem e aos sonhos que são atendidos.”

Com os novos personagens apresentados à Feyre e, assim, ao leitor através da narrativa em primeira pessoa, é impossível não sentir um misto de desconfiança e curiosidade. E, nesse meio tempo, é também impossível não adorar uma das mais queridas que surgem: Morrigan, ou, para os íntimos, apenas Mor. Um sopro de estrela que dá várias lições sobre mulheres de garra e tenacidade (e, falando em tenacidade, temos também a enigmática Amren).

Um dos pontos altos de Névoa e Fúria é a figura chave que Feyre se torna após os acontecimentos de Sob a Montanha, e como a trama que fora iniciada no primeiro livro é desenvolvida e ganha a forma de uma batalha que envolve poder, controle e o destino das Terras Mortais e das Feéricas. Sobretudo essa parte, o jogo de poder, é bem delineado e é impossível não ver-se especulando sobre os possíveis desdobramentos e manobras que serão seguidas.

“Éramos uma canção cantada desde a primeira brasa de luz do mundo.”

Recheado de cenas empolgantes e traços fluidos de desenvolvimento do enredo, Corte de Névoa e Fúria é um perfeito livro-meio da trilogia de ACOTAR. Pois ele se inicia com os desdobramentos das ações do primeiro livro e fundamenta-se em desenvolver os personagens e seus papeis para o que se espera ser uma grande batalha no último livro, Corte de Asas e Ruínas.

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.

De maneira encorajadora, desbravando sentimentos, lugares e aqueles que se impõem contra a liberdade, Feyre é uma personagem que inspira, que consegue adaptar-se às tempestades, desbravar mares e não apenas lutar, mas também sonhar com dias melhores. Além disso, é, sem dúvidas, alguém que não pensa duas vezes em dar sua vida por aquilo que acredita e por aqueles a quem ama. Feyre é mais que Quebradora da Maldição, é descobridora e redescobridora de si e daqueles que a cercam.

“Verdade é mortal, verdade é liberdade. Verdade pode quebrar e consertar e unir.”

Talvez as palavras anteriores já bastem para mostrar o turbilhão de sentimentos que essa leitura trouxe. Maas consegue mesclar a fantasia de seu mundo imaginário absorver inúmeros pontos de discussão intrínsecos ao nosso mundo real: uma perfeita sintonia entre magia e realidade.

Resenha de Corte de Névoa e Fúria de Sarah J. Maas, publicado pela Galera Record em 2016, segundo livro da saga Corte de Espinhos e Rosas.
Aleatoriedades
  • A série de livros conhecida como ACOTAR (A Court of Thorns and Roses, no original) é composta por: Corte de Rosas e Espinhos, Corte de Névoa e Fúria e Corte de Asas e Ruínas. Além disso, há também um spin-off intitulado Corte de Gelo e Estrelas e o último, Corte de Chamas Prateadas que ainda não tem data de lançamento no Brasil.
  • Pensei muito sobre as fotos para esse livro, mas tentei seguir algo um pouco diferente das fotos do primeiro volume. Então, fiz algo com menos elementos e dei destaque pro livro pro anel, que achei muito a cara do anel que surge nessa história. Essa pedra me lembra muito a Corte Noturna!

Que o Caldeirão e a Mãe os abençoe!

Retipatia

Ouvindo: only the deepest thing inside myself…

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Comente este post!

  • Lunna

    Gostei imenso das fotos… e enquanto lia as suas linhas, fui me lembrando de livros lidos em “outra vida”. Personagens que ainda rondam o meu imaginário. houve um tempo outro em que eu passava dias debruçadas sobre livros de fantasia. Me lembrei de Morgana e seu comportamento dúbio, que sente raiva por ser manipulada após descobrir que o homem desconhecido é na verdade seu irmão. Nunca tive certeza de que ela foi manipulada. rs
    Adorava as brumas de avalon… mas, hoje, não o leria de novo. Tanto quanto outros do mesmo gênero que já li e amei… hoje são leituras para outra de mim, no distante reino de ontem. Mas foi agradável revisitar essas leituras ao ler-te.
    O que será que nos acontece com o passar do tempo? Eu continuo a amar Jane Austen e Virginia Woolf, Sylvia e Susan e tantos outros… mas, o gênero fantasia simplesmente não me encanta mais. Nos últimos tempos chegaram algumas novidades… uma ou duas, mas o trabalho rouba-me o tempo e consome minha disposição para o novo e já não há mais paciência para capas tão coloridas. rs

    bacio e bom fim de semana.

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    • Retipatia

      Oi Lunna!
      Ah feliz em saber que gostou dos cliques, não foram os que geraram maior satisfação por aqui… rsrs Eu preciso dizer que ainda adoro As brumas de Avalon, acho que foi a primeira série de livros que me conquistou, a história, a magia, o modo como o destino e as decisões dos personagens é trabalhada. E eu ainda permaneço extasiada com as fantasias, pode ser pretensão, mas não imagino que eu as deixei de lado tão cedo (ao menos, não nessa vida). Essa questão é mesmo engraçada, mas acho impossível desgostar de Jane Austen! ehehe Sacrilégio! E sou totalmente comprável por capas coloridas e chamativas! rsrsrs
      Bom restinho de semana e obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Ale Helga

    Quase comprei esse livro, depois, vi que era uma série e pensei na minha estante com alguns ainda não lidos e fui forte e não comprei.
    Sei que depois desse post meu arrependimento aumentou, e preciso dessa série!
    As fotos como sempre ficaram maravilhosas…
    Abraços

    responder
    • Retipatia

      Oi Ale!
      Ahhh compre sim, uma leitura que vale muito a pena! É uma série fantástica apaixonante, vou sempre recomendar! Feliz que tenha gostado das fotos e obrigada pela visita! <3
      xoxo

      responder
  • Kimberly Camfield

    Oi Rê, tudo bem? Essa resenha, como as outras que já vi por aqui, tá incrível! Nem preciso comentar das fotos então, lindíssimas <3 E esse anel é super a cara da Corte Noturna! Sobre o livro, o segundo é o meu favorito da trilogia, adoro a forma como os papeis de vilão e mocinho se invertem e a autora faz isso de uma forma muito natural. Já li essas reviravoltas em outros livros, mas nenhuma me agradou como nesse justamente por parecerem forçadas. Na verdade, acho não seria nem de saber quem é o vilão ou o mocinho, ou a inversão dos papeis, mas o fato como ela mostra o outro lado da moeda de cada personagem. Algumas atitudes do Tamlim já me incomodavam desde o primeiro, e desde o início tive uma certa curiosidade pelo Rys (tenho queda por vilões haha). O único ponto do segundo livro que me incomoda um pouco é que apesar de achar incrível a reviravolta na história, acho que o Rys ficou muito perfeito demais sabe? Bonzinho demais, altruísta demais, tudo bom demais kkk Mas, tirando isso, amei o livro.
    Beijão

    responder
    • Retipatia

      Oi Kim! Tudo bem e contigo? Ah feliz que tenha gostado da resenha! Também gosto muito desse outro lado da moeda que a autora trouxe e, como você disse, é exatamente assim, uma questão de ver possibilidades e mais de cada personagem e não necessariamente coroar um ou outro como mocinho ou vilão. ahaha Como não ficar curiosa com o Rhys, né?! E sim, o Tamlin agia sempre de maneira complicada, mas tinha toda a história da maldição que acabou trabalhando em prol dele, no fim das contas e camuflando muita coisa. E sobre o Rhys, eu entendo, mas ainda vejo o lado obscuro nele, acho que as qualidades foram reveladas todas, porque não haveria outra forma dele conquistar a Feyre e, assim, ela mostrou a verdadeira natureza, que ainda não acho exatamente imaculada. E sim, também amei o livro! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

      responder
  • Luana Souza

    Sua resenha (que está linda e com fotos maravilhosas!) só me lembrou da vontade que tenho tido de começar a ler esses livros. Uma colega minha já comentou o quão incrível é essa universo criado pela autora e o quanto os livros nos deixam instigados. Eu com certeza iria amar, pois, como você deve saber, adoro fantasias *-*
    Vou lembrar de adicionar os títulos na minha wishlist lá no Listography 🙂

    responder
    • Retipatia

      Oi Lu!
      Ah feliz que tenha gostado das fotos e da resenha! <3 Acho mesmo que você precisa ler essa saga, é uma fantasia incrível e sei que você é fã do gênero! <3 Feliz que já foi pra sua lista! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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