Bom dia, tarde e noite folks!
Hora de trazer para vocês a resenhada fantasia nacional chamada Elemental: Em Busca das Origens, da autora Bianca Hubert. Tive o prazer de fazer a leitura conjunta do livro com a minha chuchu Má, do Resenhando por Marina, (é só clicar para conferir a resenha dela!) que também foi quem me apresentou o livro. Obrigada por isso Má, a leitura foi fantástica e, sem dúvidas, uma das favoritas do ano! É uma delícia ter com quem fazer comentários e especulações durante a leitura. Sem mais blá blá blá, vamos falar de Helementtarë.
Elemental: Em Busca das Origens
Autora Bianca Hubert
Publicação Independente
A Autora
Bianca Hubert nasceu e cresceu em São Paulo, com seus óculos e aparelhos ortodônticos desde pequena. Em 2015, formou-se em Letras – Português/Inglês com Bacharelado em Edição, e segue aprendendo sobre o mundo editorial desde então. Apaixonada por viajar, conhecer comidas novas, apertar animais e fazer maratonas (somente no Netflix), terminou seu primeiro livro depois de quatro longos anos escrevendo-o. Atualmente, voltou a lutar com seu subconsciente para conceber seu segundo livro.
“Um tipo de decisão que você toma sempre em seus sonhos: sem motivos. Afinal, é uma fantasia e, por mais que você saiba que está sonhando, por algum motivo ainda acredita que o que está acontecendo lá é real.”
Isso tudo porque Arwen surgiu através dos sonhos para Bianca. Mas, não apenas ela, todo o mundo de Helementtarë: o Reino, orfanato, amigos e origens dos semielfos e elfos surgiu em seu subconsciente em 28 de março de 2013 em seu subconsciente, que, como ela mesma aponta, espera que o leitor goste. Bianca é revisora, diagramadora, tradutora e escritora. E você pode conhecer mais dela e do Reino de Helementtarë através do seu ig e da Fanpage do livro. (Segundo parágrafo foi um adendo com as infos que tem nos agradecimentos no fim do livro, a primeira parte, é powered by Skoob).
Sinopse
Em Helementtarë, Reino dos semielfos, quando o Rei ou a Rainha decide deixar seu posto, eles invocam seus criadores – a Mãe Natureza e o Elemento Maior – para ajudarem na Seleção que elegerá o próximo monarca. Então, a Natureza escolhe dez semielfos e dez semielfas, que possuem um dos quatro Dons Elementais principais (Água, Fogo, Terra e Ar), presenteando-os com uma moeda dourada para indicar que foram selecionados.
“Siga suas origens.”
Arwen encontrou essa moeda e nunca se sentiu tão perdida. A jovem semielfa órfã sempre achou que seu dom fosse Rocha, até que a Natureza a destinou àquele objeto dourado, convocando-a para a Seleção – o evento mais importante do Reino. Agora, além de precisar descobrir qual é o seu verdadeiro Dom Elemental, também terá de desvendar como encarar provas que nunca imaginou enfrentar, e quem sabe assim finalmente descobrir suas origens.
A Obra
Arwen é uma semielfa que vive uma vida pacata no Reino de Helementtarë. Apesar de os casos de orfandade serem uma raridade por lá, já que os semielfos não abandonam suas crianças e, caso algo aconteça com os pais, os parentes sempre cuidam delas, ela é uma das poucas vivendo em um lugar assim, junto de Alcarin e dos seus quatro piolhos, leia-se, quase crianças, as quais além do grande amor que ela nutre, ajuda a cuidar.
“O meio que a Mãe Natureza tem de nos reconhecer e agradecer pelos nossos cuidados não é só nos prover de alimento e abrigo, mas nos conceder um elemento natural. Assim, podemos agir em nome dela e provar nosso amor e devoção. Isso é mérito. Fazemos por merecer esse dom.”
Todos os semielfos de Helementtarë possuem grande ligação com a Mãe Natureza e o Elemento Maior, que são responsáveis por manter o Equilíbrio na Terra e daqueles que a habitam. Os semielfos possuem todos algum dom que os liga à natureza, alguns poucos, que fazem parte da nobreza do Reino, têm dons mais diretos com os elementos, como fogo, água, terra e ar e, por isso, realizam tarefas que ajudam o governante do reino na sua regência. Já outros, se relacionam de forma mais indireta com esses elementos.
Mas, em se falando de semielfos, tal razão se dá uma vez que existem também, elfos. Não no mesmo reino, mas no reino ao lado, chamado Nätiyre. Em sua totalidade, eles possuem não apenas um dom elemental, como seus vizinhos e, ambos os povos vivem em paz. Fato este que nem sempre ocorreu, já que, no passado, uma grande guerra trouxe perdas irreparáveis para ambos os povos.
“Como se fôssemos metade dos seres que eles são. E o pior? É que aceitamos essa intitulação.”
O Dom de Arwen é Rocha, ou deveria ser. Isso até uma árvore em chamas e uma fênix tomar seus sonhos, para que, no mesmo dia, ela encontre uma moeda grande no meio dos arbustos. O significado disso é algo que qualquer semielfo aprende ainda na escola: ela acaba de ser selecionada pela Mãe Natureza e pelo Elemento Maior para participar da Seleção que irá ocorrer em breve no reino de Helementtarë e que será responsável por escolher o próximo governante.
Como se toda essa novidade não fosse suficiente, Arwen precisará descobrir qual é seu verdadeiro dom elemental, já que apenas os semielfos com um dos quatro dons elementais (terra, água, fogo e ar) são escolhidos para a seleção.
“É sim, pequeno. Essa é a moeda da Seleção, aquela com a qual a Natureza presenteia os candidatos para avisá-los que foram escolhidos. Pelo visto, eu vou concorrer ao trono.”
Numa corrida contra o tempo, ela precisará descobrir qual seu verdadeiro dom elemental, participar de uma seleção para a qual nunca se imaginou presente, disputando com mais dezenove candidatos. E sua história não terminará aqui, não quando o reino de Helementtarë está sob ameaça e a antiga guerra com os elfos parece prestes a eclodir novamente. Essa, sem dúvidas, não será uma seleção típica e Arwen precisará buscar toda a força do Elemento Maior para conseguir descobrir de onde veio, trilhar seu caminho e saber quem realmente é.
Impressões Sobre a Obra
Foi realmente difícil começar a escrever esta parte da resenha, já que é aqui o pedaço em que despejo todos os sentimentos que me ocorreram durante a leitura e, olha, foram muitos, muitos mesmo.
“Talvez o fato de eu ler tanto surgiu para servir de substituto para minhas relações sociais reais, já que tinha relações sociais ficcionais e imaginárias.”
Como toda fantasia que pego para ler, abri a primeira página (leia-se, cliquei no ícone do Kindle) já cheia de empolgação. Isso porque é meu gênero literário favorito e é um pouco impossível que eu não crie expectativas. E, o que aconteceu não foi apenas uma leitura envolvente e que me manteve entretida durante todo o tempo, mas uma verdadeira paixonite com a história, o mundo e os personagens criados.
A história do Reino de Helementarë foi bem construída na trama, deixando o leitor curioso e, ao mesmo tempo, deixando espaço para a imaginação correr pelos lugares e pedaços do reino nos quais a história se passa. Apesar da minha imaginação do castelo ser simplesmente fantástica e eu ter adorado o lugar que dá vida à muitas cenas empolgantes e decisivas da história, ele não é meu favorito. O primeiro lugar é, sem dúvidas, para o Bosque dos Elementos. É um lugar mágico (com e sem sentido figurado), e, além de também ser importante para a trama, é um espaço que eu simplesmente desejei estar lá, todas as vezes que os personagens também estiveram.
“Estava na hora. Iria me entregar à Natureza e só voltaria para a cabana quando descobrisse meu Dom Elemental. E então, só então, começaria a ser a Arwen que todos esperavam que eu fosse.”
Além desses lugares, Helementtarë não é um simples local sem passado, ele é personagem do livro e, tanto quanto a Mãe Natureza e o Elemento Maior, refletem não apenas bons exemplos para o povo, como também um vínculo que a humanidade (falando de nós, reles humanos), estamos em processo de reaprender (porque acredito fortemente que o ser humano faz parte de um todo maior e, com o tempo e as mudanças, muito do respeito, amor e zelo pela natureza foi perdido. A maior parte das pessoas não vê o mundo e tudo que nos cerca como parte de um todo igual, infelizmente).
E, não são apenas o lugar-personagem é cativante na histórias, as pessoas-personagens, ou devo dizer, semielfos-personagens são todos um primor. Não por serem o espelho de perfeição, mas, dentro do parâmetro de sociedade estabelecido entre os semielfos, são todos condizentes. Arwen, nossa mocinha-protagonista é, além de uma inspiradora semielfa-girl-power, alguém com quem se identificar. Não pelas orelhas pontudas – ressalte-se que eu adoraria tê-las – mas por todas as nuances que sua personalidade comporta. Não é feita apenas de extremos ou de delicadeza pura, têm defeitos e qualidades e comporta uma capacidade de crescimento perante adversidades que é admirável.
“Eles são o tipo de semielfo que arrancam o curativo com um puxão só. Eu estou mais para deixar o curativo lá até que uma hora ele saia sozinho enquanto você dorme ou toma banho.”
A história, apesar de seguir a linha de raciocínio e ser contada em primeira pessoa por Arwen, que é uma narradora super descontraída e cativante, ainda conta com vários personagens que vão marcar seu percurso. Temos Alcarin, que é a responsável por criar as crianças do orfanato, que é alguém reservada, mas com um grande coração; os quatro piolhos de Arwen, as crianças semielfas que vivem no mesmo orfanato que ela e que são, além de boa dose de divertimento, trazem ótima vivacidade à história; temos Eruvë, a rainha poderosa e amorosa, que sabe tão bem balancear a dose de poder e amor para cada momento; Almarvarnë, uma das ajudantes de Arwen durante o período da seleção e que é um retrato de dedicação e carinho; Ucenë que, apesar de poder parecer muito rabugenta à princípio, é alguém muito especial. E não podemos esquecer dos semielfos que estavam participando da seleção junto de Arwen e que se tornam mais do que concorrentes, mas fiéis amigos da nossa semielfa favorita: Panthael, fofo, tímido e inteligente e Aeron, que é bonitão, galanteador e, fique claro, apesar da irritação inicial, está longe de ser apenas ‘mais um rosto bonito‘.
A escrita da Bia Hubert é tão leve e encantadora que as páginas do ebook eram passadas com rapidez, não apenas por isso, mas porque eu queria mais. Saber mais do passado de Arwen, conhecer mais do seu futuro e de todo o enigma que foi trabalhado durante a trama. Tudo foi bem pensado e intrincado como os galhos da alta árvore dos sonhos de Arwen, que se estendem e separam, mas que, no fim, são todos advindos do mesmo local.
“Mais uma vez, prendi a respiração ao ver essa luz mágica e primtiva. Era uma pequena prova de que estávamos fazendo parte de algo maior.”
Especialmente por envolver elfos e semielfos, que se assemelham à ideia Tolkieniana destes seres, me deixaram ainda mais admirada com o trabalho que Bia desenvolveu para os personagens e para o pano de fundo que os circunda. Isso porque a semelhança se dá mais no que toca à aparência dos seres e, talvez, na relação que possuem com a natureza. Mas, na história, foi dada uma nova roupagem aos elfos e semielfos, dando a eles, não apenas essa divisão como também novas características e poderes. Não poderia resumir melhor em palavras do que: é mágico.
Já falei por aqui do tom descontraído da narrativa de Arwen, ela tem pensamentos dignos de pessoas com parafusos a menos, como eu, e, especialmente quando o assunto é lagartixa, a coisa toma um rumo hilário e o livro me rendeu boas risadas. Acho que o último livro que li que me trouxe essa sensação deliciosa foram os dois primeiros volumes do Guia do Mochileiro das Galáxias, que estagnei a leitura do terceiro volume, por uma razão que nem o Elemento Maior sabe informar.
“É engraçado como, às vezes, guardamos problemas conosco. Se não pensarmos neles, é até fácil fingir que não existem, mas eles estão lá, guardadinhos. Quando paramos para pensar e conversar sobre eles, tudo se torna muito real. Aí percebemos que sempre estiveram lá, mas agora finalmente paramos para encará-los.”
Contudo, mesmo com esse tom super leve, a história não carece nem um pouco de ensinamentos valiosos e lembretes muito importantes, que vão desde amizade, crescimento pessoal, cuidar da natureza e respeito pelo próximo. É tanto uma leitura para se livrar de uma ressaca literária quanto para se apaixonar por um mundo novo, personagens cativantes e fazer refletir sobre nossas ações perante o mundo e os que nos cercam. Arwen é colocada sob prova e retirada de seu lugar comum, e dá uma verdadeira aula de altruísmo, empatia e bondade.
“Não podia mais duvidar de que meus caminhos estavam sendo controlados de perto pela Mãe Natureza e pelo Elementos Maior. Eruvë estava mais do que certa, não existia acaso.”
Sem mais, na Reclassificação de Livros, que estou oficialmente retirando do lugar cativo que estava na prateleira, Elemental: Em Busca das Origens, entrou para o roll de Amores da Vida! Uma editora precisa apadrinhar esse livro para que ele chegue a muitos e muitos mais leitores!
Aleatoriedades
- Elemental está classificado como uma fantasia infanto-juvenil e acho que ele com certeza atende esse público com maestria. Não apenas a linguagem, como também a história é condizente com o público ao qual se destina. E estou destacando isso porque já li livros considerados infanto-juvenil que não correspondiam ao público indicado.
- Além das boas risadas por conta das lagartixas, Elemental me fez criar até uma leve teoria maluca (para não chamar de conspiratória) sobre a origem dos – pasmem! – humanos! ahahah Para quem não quiser spoiler, não leia o trecho a seguir e pule para o próximo tópico. Seriam os ‘Não Nomeados’ antigos elfos ou semielfos que, perdendo a ligação com a Natureza, e jogados ao esquecimento e movidos pelos sentimentos errôneos, tornaram-se nada mais que simples humanos? É um caso a se pensar…
- Eu sinto que Arwen é minha amiga de tempos, quando ela diz algo sobre amar comer, adorar ler ou ‘ter preguiça de socializar’, me fizeram ter uma identificação máxima com ela! ahaha
- Não preciso nem dizer que agora é uma questão de necessidade ter a versão física de Elemental na minha estante, não é mesmo?
- A autora ainda fez um Quiz para podermos descobrir qual é o nosso dom elemental, e, depois de fazer o meu deu Ar! Concordo com alguns pontos, e achei super legal! Para quem quiser fazer também, é só clicar aqui!
“…ações valem muito mais do que promessas ou palavras. Promessas são quebradas, e palavras são esquecidas. Porém, atos ficam.”
Que o Elemento Maior esteja com vocês!
xoxo
Ouvindo: uns filmes velhos e ruins em tema natalino!