Bom dia, tarde e noite folks!
A resenha de hoje é do livro Bullying – Eu sofri. Eu pratiquei. Eu hoje conscientizo, do autor Mar’Junior, parceiro aqui do blog. E já teve resenha de outro livro dele aqui no blog, que também versa sobre a temática do bullying, na forma de um romance. O livro é o ‘Pepita – Passei a minha infância e adolescência sendo perseguida, sofrendo bullying’, o primeiro volume de uma trilogia e você pode conferir mais sobre o livro clicando aqui.
Sobre o Autor
Mar’Junior nasceu no Rio de Janeiro em 1961. De uma família de cinco irmãos por parte de mãe e mais quatro por parte de pai, teve uma infância muito complicada, mas conseguiu sobreviver a tudo isso. Aos 20 anos, teve a sua maior perda: sua mãe faleceu em função de um aneurisma cerebral.
Mar’Junior é ator, diretor, produtor, apresentador, autor teatral, roteirista, escritor e empresário. Em 2002, criou, com seus filhos, a Cia Atores de Mar’ que hoje também funciona como escola de teatro. Escutou pela primeira vez a palavra bullying em 2003 e descobriu que foi vítima e agressor. A partir daí, começou a estudar e a entender este fenômeno. Com isso, criou o projeto BULLYING, um espetáculo teatral que relata o dia a dia dos alunos em sala de aula, mostrando o problema e oferecendo possíveis soluções. Há ainda um debate e a premiação da melhor redação. Desde 2004, Mar’Junior tem viajado pelo país levando esperança de solução para o mal do século: conscientização e prevenção é a única forma de combater o BULLYING. (orelha do livro)
A Obra
Título do Livro: Bullying – Eu sofri. Eu pratiquei. Eu hoje conscientizo.
Autor: Mar’Junior
Editora Novo Ser
Sinopse:
Para toda ação existe uma reação e não podia ser diferente com Mar’Junior. Aparentemente, teve uma infância feliz, mas, por causa da perseguição de seu pai, teve traumas que só conseguiu superar quase 49 anos depois. O espelho de casa pode mostrar tanto o bem quanto o mal. E como a presença masculina foi mais forte, mais marcante, Mar’Junior cometeu os mesmos erros que o fizeram sofrer. Menos com seus filhos. Ao saber que seria pai, sua vida começou a se transformar, descobrindo que o amor verdadeiro transforma maldição em benção.
Impressões Sobre A Obra:
A história contada em Bullying é de cunho autobiográfico, narrada pelo próprio autor. E, seguindo o que prediz seu título, ele é dividido em três partes: eu sofri; eu pratiquei e eu hoje conscientizo, incluindo ainda, uma tópico final contando um pouco sobre o funcionamento do espetáculo Bullying, realizado pela Cia Atores de Mar’.
A primeira parte do livro, ‘eu sofri‘, conta, de forma não cronológica, alguns acontecimentos marcantes da vida do autor – a falta de cronologia linear não impede ou dificulta a compreensão em momento algum. São narradas agressões por parte de seu pai, problemas na escola e nos locais em que viveu, e tudo que, de alguma forma, construiu barreiras em sua personalidade e em sua vida. E, por mais que houvessem marcas dos problemas escolares e de convívio nos locais em que vivera, o destaque maior é sempre para a relação que seu pai tinha para com ele e com a família, com atitudes agressivas, violentas e extremas.
Na segunda parte do livro, ‘eu pratiquei‘, Mar’ conta como se livrou de alguns dos seus medos: causando o medo que sentira naqueles que antes o afligira. Como em reflexo à tudo que sempre sofreu, em casa, na comunidade e na escola, ele foi de vítima a algoz. É a parte mais curta do livro, porque, como o próprio autor relata, a ideia não é incentivar a prática do bullying, mas apenas contar em como alguém pode sair de um extremo e chegar a outro, seja como forma de autoproteção ou como forma de liberar a violência que sofreu.
Por fim, temos ‘eu hoje conscientizo‘, em que o autor nos conta como se deu o início de seu trabalho e a campanha anti bullying que é realizada através dos projetos da Cia Atores de Mar’. Ainda, seguido desta parte, há um breve elencado sobre o espetáculo Bullying e das propostas para tornar o ambiente escolar mais saudável e menos propício à prática do Bullying.
Para quem conhece as resenhas aqui do blog, sabe que eu costumo fazer um pequeno resumo sobre a história que é contada, contudo, desta vez, o próprio livro me pediu uma dinâmica diferente e, depois dessa pequena explicação sobre a divisão que o livro segue e o que cada uma de suas partes relata, adentrarei nas observações sobre a obra e, através delas, você conhecerá mais sobre o que o livro retrata.
A leitura do livro foi feita de uma só vez, numa manhã. Eu já havia começado há alguns dias, lido o prefácio, mas a correria não havia me permitido o prosseguimento com a leitura. O que, de certa forma, foi um ponto positivo. A narrativa que Mar’ traz para o livro é íntima, como se estivesse sentado ao seu lado e relembrando memórias de sua vida. E isso traz fluidez e carisma à escrita e não vejo melhor maneira para a leitura do que embarcar nela por completo, de uma só vez, como acabei fazendo.
O conteúdo narrado, ainda que autobiográfico, é exposto de maneira verdadeira e sem rodeios. É a exposição nua e crua da violência sofrida por anos, em todos os âmbitos da vida, por pessoas conhecidas e até mesmo por desconhecidos. Porque, apesar do que o senso comum pode indicar, o bullying não é algo exclusivo e praticado apenas no âmbito escolar, está em todo e qualquer lugar em que as relações entre as pessoas estejam desbalanceadas.
A vida é quase que feita de repetições. O que se vê em casa, se repete na escola, na rua e em qualquer lugar que se vá. E, assim, Mar’ nos conta como que, de um momento para outro, cansado das humilhações e violências sofridas, ocorreu a ação reversa em sua vida. Ele passou a representar o medo e a repressão para outras pessoas. Não que, em qualquer momento, ele justifique suas atitudes por seu passado, ele apenas nos conta como um ato levou ao outro.
E, o mais importante dessa amostra que ele nos dá de seu passado, é que é livre de preconceitos. Pelo contrário, se há algum tipo de julgamento por parte do autor, esse se dá apenas nas ações em que ele próprio participou e praticou. Não se fala em culpados, mas em superação. Em como o caminho foi difícil e longo e como se deu sua transformação.
Como base de tudo isso, Mar’ nos fala sobre sua percepção com o sentimento amor e com Deus. O amor como alicerce das relações entre as pessoas, traz compreensão, aceitação e, sua relação com Deus – já que o próprio frisa não se tratar de não ser um vínculo necessariamente atrelado à uma religião – trouxe a base de entendimento que ele precisava para superar seu passado e poder corrigir o que estivesse ao seu alcance.
No meio de tudo isso, Mar’ ressalta a fragmentação da sociedade atual: a ausência de uma família forte e bem constituída. Como ele próprio ressalta, se não há amor em casa, em sua família, vai faltar amor nas escolas e em qualquer outro lugar que a pessoa esteja. A base de cada um vem de dentro das próprias paredes e, se esta base inexiste ou está corrompida, ela não dá sustentação.
Um pequeno adendo é necessário neste ponto, quando Mar’ fala de família, em momento algum do livro vemos qualquer tipo de menção ao modelo “tradicional de família“, até porque o que o autor afirma é o amor, em todas as formas, com respeito às diferenças. Então, quando cito a fragilidade familiar e a ausência de amor que há nelas, com as consequências que isso acarreta a sociedade, fala-se de todas as famílias existentes.
O diálogo do livro não se limita a nos dizer que falta amor, que falta base na família e nos mostrar, através dos relatos do autor como a violência está intrínseca em todos estes âmbitos. Ele procura mostrar que, se existem problemas na sociedade atual, eles precisam ser trabalhados, e, principalmente, busca indicar caminhos para sanar e extinguir tais problemas.
É importante ressaltar que o livro é recomendado para o âmbito escolar, já que traz um intercurso nas relações escolares, como o trabalho que é desenvolvido pela Cia, para a prevenção e combate ao bullying. Contudo, como leitora, é possível dizer um pouco mais. O livro trata muito sobre a corrosão das relações entre as pessoas, fala sobre violência doméstica, machismo, violência infantil e tantos outros males arraigados em nossa sociedade. Ainda que as ações propostas sejam voltadas para o núcleo escolar, o que se pode extrair de toda a história contada é bem mais profundo.
Trata-se da necessidade de respeito ao próximo, de entendimento, de ouvir, de entender que, mesmo diferente, o outro é seu igual, que a liberdade é de todos e para todos. A ideia principal é de saber amar, porque quem sabe, respeita e entende. Ensina e aprende. Cresce e deixa crescer.
Bullying é um livro que recomendo não apenas para educadores e demais profissionais escolares, é um livro para ser lido por todos, porque faz pensar, repensar. Lembrar de todos os momentos da sua vida em que você já sofreu ou realizou bullying. Faz pensar que, é impossível saber a carga que cada pessoa carrega e que fazer pré julgamentos é um ato irresponsável e perigoso, não importa se é alguém que você conhece ou que está apenas de passagem por seu caminho. É um lembrete que nossa sociedade carrega mazelas as quais só podem ser sanadas quando se trabalha o interior de cada indivíduo, através da coletividade.
Mar’, obrigada mais uma vez pela confiança e pela parceria. Fiquei honrada em receber mais um de seus trabalhos e poder conhecer mais de sua história e poder compartilhá-la aqui no blog. Somos todos formadores de opinião e precisamos sempre debater temas importantes como o bullying.
Você pode conhecer mais sobre o trabalho de Mar’Junior e da Cia Atores de Mar através do site ou do Facebook. Livros físicos podem ser comprados diretamente com o autor e o Ebook está disponível na Amazon.br.
Que a Força esteja com vocês!
xoxo
Ouvindo: Duffy – Warwick Avenue
Cia Atores de Mar’
Sabe Renata Borges você consegue captar em suas resenhas a nosso alma, o que é muito bom para o leitor e principalmente para mim… chorei, pq mesmo parecendo fácil, não foi, eu cada dia tenho que somente olhar pra frente e ter educado meus filhos diferente do que tudo que vivi, já foi uma grande vitória… super beijos Mar’
Retipatia
Oi Mar! Fico muito feliz com suas palavras! Eu sempre tento transmitir em palavras as sensações e emoções que o livro me transmitiu. É um grande prazer ser sua parceira e poder partilhar com as pessoas toda sua luta e o projeto incrível ao qual você dedica a sua vida! <3
xoxo
Thaís Bueno
Achei muito interessante o tema e o modo como foi trabalhado no livro. Apesar de o termo Bullying ser recente, sempre esteve presente em nossas vidas, mas antigamente não era tratado com tanta seriedade. Sabemos que infelizmente é uma prática que começa nos primeiros anos de escola e por isso deve ser trabalhado com as crianças desde pequenas e quem sabe assim as futuras gerações não precisem lidar com este problema. Parabéns pela resenha.
Beijos,
Retipatia
Isso mesmo, o tema é antigo, a nomenclatura que é mais recente e precisa muito ser trabalhada em todas as esferas da sociedade! <3 Obrigada Thaís! <3
xoxo
Gilvana Rocha
Que post maravilhoso, tudo está perfeito, fotos lindas, resenha super legal e esse livro é daqueles que deve ser lido por todos, adorei tudo. Parabéns! Bjs
Retipatia
É bem assim Gilvana, o livro merece muita atenção e muitas leituras! <3 Fico feliz que tenha gostado das fotos e da resenha!!! <3
xoxo
Bruna Morgan
Eu amei a capa e amei o fato de ser um autor brasileiro <3. Suas resenhas são realmente muito boas, queria saber dissecar obras desse jeito <3!
Retipatia
ahahah Até parece que tô dissecando alguma coisa…. eheheh Eu tento passar tudo que a leitura me fez sentir!! E, claro, estou buscando divulgar mais e mais autores brasileiros por aqui, tem muita coisa boa desse nosso Brasil! <3
Camila Carvalho
Oi, Re.
Gente que livro maravilhoso.
Ainda mais por saber que são experiencias do próprio autor.
A capa também está linda.
E a resenha maravilhosa como sempre.
Beijo
Te Conto Poesia ♥
Retipatia
Obrigada Camila, faço tudo com muito amor e fico feliz que tenha gostado!!! <3 A leitura é realmente muito rica e recomendada!!! <3
xoxo
Jéssica Miguel
Nossa. É o tipo de livro maravilhoso, porém pesado. Eu me vejo muito nessas histórias, não só por ter praticado ou sofrido. Bullying é o tipo de tema que evito ao máximo me envolver lendo, rs
Arrasou na resenha!
Beijos
Retipatia
É assim mesmo, Jessica, a leitura flui bem, mas é bem tensa e relata casos muito pesados. Mas, é uma leitura que enriquece muito também!
Obrigada chuchu! <3
Camyli Alessandra
Tenho bastante interesse em ler esse livro.
Parece bastante interessante.
bjos!
Retipatia
Super recomendo, Camyli! <3
xoxo
Gislaine
Adorei a resenha! Foi tão além de apenas dizer sua opinião sobre o livro, você também conseguiu demonstrar tudo o que aprendeu com a leitura. Definitivamente é uma leitura do meu interesse!
• Paraíso da Leitura •
Retipatia
Obrigada Gislaine, tento sempre trazer as sensações que a leitura me proporcionou!!! <3
xoxo
Luana Souza
Antes de falar do livro/resenha, tenho que comentar das suas fotos *-* eu adorei você ter combinado o livro e vermelho com os elementos pretos. Suas unhas são muitos lindas, e eu amo fazer composição com xícaras!
Bullying é um assunto que me chama atenção, mas me causa receio. Eu sofri durante muitos anos, e sei na pele como isso pode afetar a vida de alguém, então ler sobre acaba me deixando um pouco mal. Mas sei da importância de se falar sobre esse assunto, ainda mais num livro que é autobiográfico, pois acabamos em constante sintonia com quem sofreu!
Adorei a resenha, mesmo ela seguindo um modelo ~diferente~ das suas 🙂
Retipatia
Own…tu elogiando minhas fotos eu fico me achando né… ahahaha Fiquei matutando sobre como faria fotos desse livro porque tenho dificuldades em gostar da cor vermelha em fotos… rs Daí, puxei tudo pro preto. Obrigada pelo ‘unhas muito lindas’, elas custaram a ficar grandonas novamente e passei o esmalte black (minha cor favorita de esmalte) pensando na combinação com o livro! ehehe
O livro é uma ótima leitura, se algum dia você resolver se aventurar, tenho certeza que tirará apenas coisas boas dele! <3
xoxo
Erika Monteiro
Oi Rê, tudo bem? Ainda essa semana vi resenha sobre esse livro e me chamou bastante a atenção. Acredito que todas as pessoas ou grande parte já sofreu bullying alguma vez na vida. É um assunto delicado e que as vezes não gostamos de colocar na mesa para debate mas ele existe faz parte dos nossos dias. Passei por isso no meu emprego anterior e não foi nada confortável, mas como algumas outras situações, simplesmente coloquei uma pedra em cima. Algumas pessoas não conseguem fazer isso e vivem abaladas emocionalmente a vida inteira. Sua resenha ficou incrível e as fotos também. Beijos, Érika ^.^
Retipatia
Obrigada Érika! O livro é realmente sobre um tema super importante e que precisa estar sempre em debate, para que seja erradicado, é um mal que afeta a muitos e, às vezes, de maneira muito forte, infelizmente.
xoxo
Kassia Gular
Muito bom a resenha!
Acho um assunto importante e deve sim ser abordado sempre, quem sobre pode vir a desencadear depressão e outras doenças relacionadas.
Amei a resenha, bjs ♥
Retipatia
Obrigada Kassia, o tema é mesmo super importante e devemos colocá-lo sempre em pauta!
xoxo <3
Raquel Ribeiro Trindade
É um assunto que deve ser mesmo trazido para o ambiente escolar. Bacana saber desse trabalho da peça. Sua resenha foi muito interessante e deu até vontade de ler o livro. Fiz um TCC que tinha um subtítulo Bullying. É algo muito sério. Como professora já identifiquei caso onde estava acontecendo e tive que reportar a direção que tomou providências. Também já sofri na pele o que é isso. Muito triste.
Retipatia
Oi Raquel. Infelizmente o bullying é muito mais presente, em várias esferas da sociedade, do que imaginamos. O ambiente escolar é muito recorrente, mas não o único. Fico contente que tenha gostado da resenha e, quando puder, super recomendo a leitura do livro! <3
xoxo
Sabrina Matos Sampaio
Achei bem interessante, gosto de livros que lemos e primeira pessoa, como você diz, parece que está ao nosso lado nos contando tudo e eu me identifiquei bastante, não sobre um bullying em casa tanto forte quanto ele mas sofri e sei como é.
Agenda Aleatória
Retipatia
Oi Sabrina! O livro tem mesmo uma narrativa que aproxima o leitor do interlocutor e da história. O bullying é, infelizmente, muito comum e está em todas as esferas da vida.
xoxo
Amanda
Oi querida! Adorei a indicação e do livro e a sua resenha. Acredito que seja bem comum esse papel ativo/passivo no bullying, ora como agressor, ora como vítima, muito em parte pela ignorância, mas também como uma forma de “descontar” no outro o próprio sofrimento. Não que exista justificativa, como você mesma disse. Acho que apenas acontece, e a conscientização nos faz enxergar nossos erros e nos possibilita corrigi-los.
Mais uma resenha excelente sua! Beijos!
Retipatia
Oi Amanda! Muito obrigada por acompanhar as resenhas do blog! O bulliyng é um tema muito importante mesmo, às vezes algumas ações passaram no raio “normalizador” da sociedade e é importante que sejam mostrados e trabalhados para que todos vejam o quanto podem afetar àqueles ao seu redor.
xoxo