O Silêncio da Cidade Branca traz um povo marcado por crimes macabros, vis, malignos. Crimes que se repetem, depois de vinte anos, logo quando o serial killer condenado está prestes a sair da prisão. E o que está prestes a acontecer, é uma trama inimaginável, num thriller estarrecedor.
O Silêncio da Cidade Branca (El silencio de la ciudad blanca)
Volume 1 da Trilogia da Cidade Branca
Eva García Sáenz de Urturi
Tradução Cristina de Cavalcanti
Intrínseca
2019 | 416 páginas
Disponível em Amazon
“Nos casos de assassinos em série organizados, quanto mais longo o hiato, mais tranquila é a personalidade do psicopata, só que, estatisticamente, isso costuma durar semanas ou meses. Você tem ideia do que enfrentaremos se estivermos diante de um sujeito com um período de esfriamento de vinte anos?”
Sobre Eva García Sáenz de Urturi
Eva García Sáenz de Urturi nasceu em Vitoria, Espanha. Em 2012, La saga de los longevos se tornou um fenômeno de vendas, sendo traduzido para o inglês com grande sucesso nos EUA e Grã-Bretanha. Eva também é autora de Los hijos de Adán e Pasaje a Tahití. E dos livros Os ritos da água e Os senhores do tempo, que completam a Trilogia da Cidade Branca.
Sinopse de O Silêncio da Cidade Branca
Duas décadas após uma série de estranhos assassinatos assolar a cidade de Vitoria, no País Basco, os bizarros crimes voltam a acontecer. Justamente quando Tasio Ortiz de Zárate, antiga celebridade local e o homem preso pelas mortes, está prestes a sair da cadeia. Casais começam a aparecer mortos em locais históricos da cidade. O especialista em perfis criminais Unai López de Ayala, que vinte anos antes era apenas um jovem obcecado pelos misteriosos homicídios, é chamado para ficar à frente do caso.
Todas as vítimas têm idades múltiplas de cinco, sobrenomes compostos originais da região e seus corpos são expostos sem roupas nos espaços públicos. Embora tenha que lidar com uma tragédia pessoal enquanto lidera a investigação, Unai está determinado a impedir que novos assassinatos aconteçam. Mas seus métodos pouco usuais vão desagradar tanto autoridades quanto seus superiores.
Parte de uma trilogia com mais de 1 milhão de livros vendidos, O silêncio da cidade branca une mitologia, arqueologia, segredos de família e psicologia criminal em um thriller macabro e emocionante.
O Silêncio da Cidade Branca
Já fazem vinte anos que os crimes de Tasio Ortiz de Zárate horrorizaram toda uma cidade. Na verdade, todo o mundo. Crianças mortas aos pares, dispostas como estátuas. O serial killer fora preso por quem menos se esperava, seu irmão gêmeo, Ignacio Ortiz de Zárate, policial à época.
“Um policial nunca espera encerrar um caso sendo a última vítima do assassino em série que aterroriza a cidade, mas a vida tem formas muito criativas de pregar peças.”
Quem viveu naquele tempo e tem idade suficiente para se lembrar, tem memórias fortes do ocorrido. Não foi apenas angustiante esperar a resolução do caso, o pânico de imaginar que seus filhos e conhecidos poderiam estar na lista do serial, que, aparentemente seguia apenas um critério: sobrenomes compostos e idades iguais, sempre de 5 em 5 anos. Começou com zero, para cinco, dez e por aí seguiu. Até ser preso.
“Quando quem sai matando em série é um baita gênio, só o que resta é rezar para que não sorteiem seu número na loteria da morte.”
O investigador Unai López de Ayala, como tantos outros, se lembra bem dos casos. Talvez até tenha documentado uma coisa ou outra da época. Agora, vinte anos depois, Tasio está prestes a ter sua primeira saída autorizada da prisão. Dias antes, o crime se repete: agora com dois jovens de vinte anos, dando sequência à contagem iniciada no passado.
“Que policial nunca se perguntou: se a pessoa que você mais ama fosse uma assassina, você a entregaria ou protegeria?”
Unai, junto de sua parceira Estíbaliz Gauna, precisa correr contra o tempo. Não que saibam quando novos corpos possam aparecer, mas algo está bem claro: os assassinatos recentes tem muito a ver com os crimes pelos quais Tasio fora acusado. Seria ele e seu gêmeo parte da chave para desvendar o mistério? Estaria Tasio, da prisão, sendo mentor de outra mente psicopata?
“Não se deixe ofuscar por este caso, ok? Blinde-se, todos estão com os nervos à flor da pele em Vitoria, e até seus conhecidos vão pressioná-lo. Isso vai trazer à tona o pior das pessoas. Em certo ponto nada é inocente.”
No meio de tudo isso, Unai precisa se reportar à nova subdelegada Alba Díaz de Salvatierra, alguém que não parece deixá-lo muito livre na ação. Mas o que realmente surge e lhe importuna é o fato de que Tasio quer vê-lo, ajudá-lo na investigação. Seria mesmo possível? E o que será a conta no Twitter intitulada @scriptipsfromjail (scripts tips from jail = dicas do cárcere para roteiros), já que dizem que, da prisão, Tasio se tornou escritor de roteiros e vendeu alguns por algumas dezenas à Netflix. Quem sabe.
“O Sacamantecas era o Jack, o Estripadror alavês, estrela imprescindível em todas as formações de perfil criminal que eu tinha feito.”
Mas a questão é que os corpos continuam a aparecer e, enquanto a vida de Unai passa por mudanças intensas, vamos montando o intrincado quebra-cabeças do passado, para tentar compreender o presente. Peças que, às vezes, parecem não ter lugar para serem encaixadas. Peças que, falsamente, se ajustam onde desejamos.
“‘As pessoas feridas são perigosas, porque sabem que podem sobreviver’ – dissemos em uníssono.”
Assim, acompanhamos a caçada à uma das mentes criminosas mais brilhantes e, figuras que aparentemente poderiam ser dispensáveis, se mostram cruciais na resolução. E, como se seguindo uma das dicas do @scriptipsfromjail: “O melhor modo de gerar ironia dramática é deixar que no primeiro ato o espectador saiba mais que o protagonista“, a autora nos leva em duas linhas temporais: a presente, em 2016, com os vinte anos depois, contando o retorno dos assassinatos; e uma que se inicia em 1969, com uma história, que, inicialmente, parece não ter muita relação com o que está acontecendo no presente. Mas, é claro que ela está ali por um motivo.
“Em termos gerais, para o cidadão médio, não há como evitar que te matem, se alguém decidir fazê-lo. Gosto de estudar os casos que vemos, as cenas dos crimes que me entregam, e pensar no modo prático como teria saído com vida diante de um agressor, mas não me engano: por mais preparada que me sinta, acho que a motivação dele sempre será mais forte.”
E tudo se encaixa de maneira perfeita, o quebra-cabeças formando o País Basco com exatidão, numa história que, além de trazer o pior do ser humano, vai mostrar como nossos erros e todas as decisões que tomamos em nossa vida, afeta a todos ao nosso redor e mesmo aqueles que são peças do enigma, mas que não se ligam diretamente conosco. Vai mostrar que o tempo pode não ser o maior amigo em termos de deixar as feridas curarem, às vezes, elas gangrenam e se tornam latentes, expostas e corroídas. Se tornam o alimento daqueles que foram feridos.
“Creio que é o perfil mais complexo que já encontrei: um período de esfriamento de vinte anos supõe que o assassino é um psicopata capaz de controlar suas emoções por muito tempo. Não acho que vá errar, não acho que vamos pegá-lo em contradição, e acho que até agora só vimos o início do seu plano.”
Além disso, O Silêncio da Cidade Branca traz não apenas um thriller difícil de largar a leitura, mas um que vai te fazer criar milhões de teorias, um que vai que te fazer desejar adentrar a história e juntar as peças para ver porque não se encaixam. E, claro, vai fazer com que você deseje não estar na idade que finaliza com ‘0’ ou ‘5’, para não estar na lista de risco do assassino.
“Às vezes o tempo que marca o calendário não tem nada a ver com o tempo mental ou emocional que a gente vive.”
Com personagens perfeitamente imperfeitos, a autora traz pessoas feridas pela vida, por seus próprios erros, omissões e atos. O inspetor Unai, assim como Estíbaliz e a subdelegada Alba, formam uma dupla mais que dinâmica, são bons em seus trabalhos não porque sejam perfeitos, mas porque suas motivações estão além do que a razão ensina. São peças do quebra-cabeça que está sendo montado tanto quanto Tasio e seu gêmeo Ignácio. São peças indispensáveis para que o todo se forme e a cidade branca seja velada em silêncio.
“Lembre-se do que eu disse: se o assassino resolver continuar matando, só poderemos detê-lo pegando-o pelos erros que tenha cometido nos assassinatos anteriores, mas não poderemos evitar os crimes seguintes. Eles são elaborados demais para achar que esse sujeito deixa algum espaço para a improvisação.”
Numa trama que envolve mistério, perseguição, ação, romance, suspense, investigação policial e drama, Eva García Sáenz de Urturi conseguiu construir um cenário rico não apenas em sentidos ficcionais, mas permeado de lugares-reais que se desbravam em nossa mente, elementos da cultura e história do País Basco detalhados e entremeados para formar a magnitude do que vamos encontrar nas páginas de O Silêncio da Cidade Branca.
O livro é o primeiro da trilogia Cidade Branca, e só posso dizer: Intrínseca, por favor, publique logo os outros dois livros, ok! Eles são: Os ritos da água e Os senhores do tempo.
O Silêncio da Cidade Branca: o filme adaptado
Em 2019 foi lançado o filme adaptado de O Silêncio da Cidade Branca. O longa, dirigido por Daniel Calparsoro, é estrelado por Javier Rey como Una López de Ayala; Belén Rueda como Alba Díaz de Salvatierra e Aura Garrido como Estíbaliz Ruiz de Gauna.
É claro que o longa traz adaptações, tal como qualquer roteiro, e opta por passar algumas informações de forma mais direta, afinal, o filme não poderia ter 4h ou mais para que tudo seguisse no ritmo e da forma intrincada que temos no livro.
Ainda assim, peca. E peca muito. O grande mistério, o assassino é dado ao espectador logo de cara, de bandeja, e o quesito mistério é algo que o filme deixa de lado. A motivação é mantida, a história que se baseia os assassinatos, também, mas não há nada que te faça assistir e pensar, que mistério, que suspense! O que estamos vendo aqui!?
Bem, se isso passa por sua cabeça é mais algo como “se eu fosse a autora estaria desgostosa em vender os direitos para assistir à essa versão“. E, enquanto adaptação é falha, já que algumas atitudes ficam sem sentido e descompensadas; a investigadora Gauna virou um acessório desvirtuado e o clima da parte de romance da história simplesmente é inexistente entre os atores. Sem contar na vontade de “humanizar” o criminoso que, além de não ter no livro, é totalmente fajuta.
Mas também devo dizer que, aos olhos de alguém que não leu o livro, minha irmã, que assistiu o filme comigo, o achou fraco, com furos e sem algo que prenda e o torne um bom filme policial.
É, não foi dessa vez. Mas para quem quiser conferir e tirar as próprias conclusões (sempre recomendo), o filme O Silêncio da Cidade Branca está disponível na Netflix!
Aleatoriedades
- O Silêncio da Cidade Branca foi recebido em parceria com a Editora Intrínseca!
- Desde que li em 2019 A Paciente Silenciosa, um thriller não me surpreendia tanto! E vou deixar a dica para quem gostar do estilo, além de A Paciente Silenciosa de Alex Michaelides, também Uma Mulher na Escuridão de Charles Donlea.
Que a Força esteja com vocês!
xoxo
@milenaolis
Esse livro tá na minha lista de desejados desde que vi no Skoob, sou louca por ele!! Tô achando que não vou resistir e vou acabar comprando, quebrar a promessa de não comprar mais nada esse ano ahahahah o tipo de livro que gosto, acabei me apegando a histórias com assassinatos, serial killers… É muito interessante ver o desenrolar da história. Sua resenha aumentou meu desejo demais! Fiquei chocada que tem a adaptação na Netflix, não tinha ideia, vou ver após ler o livro. Mas obviamente, o livro é SEMPRE melhor. Ahahahahah
ma.riah6256
Adorei , amo um thriller mas confesso que não leio muito o gênero. Se reúnam surpreendeu tenho certeza que eu tbm vou (sua opinião sempre funciona comigo). A única coisa que me desanimou para ler o livro foi o fato de ser trilogia, porque eu estou focada em terminar as outras que não acabei ainda kkk. Mesmo assim quero ler, adorei o post Rê.
@milenenas
Nossa, eu quero muito ler esse livro! (não queria tanto, mas fiquei mega ansiosa com você comentando sobre ele nos stories do instagtam kkkkk)
Eu nunca fui muito de ler histórias de serial killers, mas adoro um bom suspense e a sua resenha já me prendeu e me deixou curiosa!!
Eu não sabia sobre a adaptação! Mas pelo jeito o que eu mais gosto foi perdido né, o suspense…
Bom, vou ficar na curiosidade pq já bati minha cota de livros durante a pandemia
Meu ig: @milenenas
ma.riah6256
Só uma correção que saiu errado no comentário. * se te surpreendeu tenho certeza […]
Adaiane pereira lapa
Gostei bastante da resenha e acredito que iria ler esse livro rapidinho, mas por enquanto vou ficar só com o filme mesmo,pq não posso comprar livros no momento
@adaianepsl
Mayara da Silva Esteves
Assim que vi este livro quando lançou, eu deduzi que fosse uma história de horror, por conta da capa (preciso parar de julgar o livro pela capa, rs), aí eu li a resenha e vi que não tinha nada a ver e se trata de um gênero que amo, eu adoro suspense, amo Thriller, investigação policial e mistério. Se eu ficar rica hoje, acho que fico pobre amanhã com tantas indicações maravilhosas, rs.
Vazio Na Flor
Eu acabei vendo a adaptação primeiro e oh, não achei tão “desgramado” como muita gente classificou.rs Eu nem fazia ideia na época que tinha o livro, aí começaram as resenhas, a divulgação do livro e eu vi que o filme tinha muito pouco do enredo.
O livro parece ser aquele tipo de obra prima do suspense e com certeza, espero ter ele em mãos o mais breve possível!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor(@vazionaflor)
@laischagasv
Estou impressionada com a história, parece ser mt mais complexa do que eu imaginei!!! Amo assuntos que abordem a questão psicológica e fiquei motivada a ler! Pensei em ver o filme primeiro, mas dps de seu comentário sobre a adaptação, desisti kkkkk. Melhor ler o livro antes ms.
Evelin Danieli
Que livro incrível, adoro livros com Serial Killers, ainda mais quando copiam as morte e tem esse mistério de quem é o novo assassino. Estou muito curiosa para saber se o irmão dele está envolvido com isso. As fotos estão lindas como sempre e a resenha maravilhosa
@evelindanieli357