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Novembro, 9 ♥ Colleen Hoover

Um dia do calendário, poderia ser apenas mais um. Mas é aquele em que todas as coisas do mundo acontecem, aquele que mudou para sempre várias vidas, especialmente as de Fallon e Ben…

Novembro, 9

Colleen Hoover

Galera Record

“Não sou de me apegar a datas e aniversários, mas, essa manhã, quando acordei, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi a data de hoje. Provavelmente porque foi o último pensamento que tive antes de dormir na noite passada.”

Sobre a Autora

Colleen Hoover vive no Texas com o marido e os três filhos. Autora das séries Slammed e Hopeless, ambas na lista de mais vendidos do New York Times, pode ser encontrada em www.colleenhoover.com.

Sinopse

Fallon conhece Ben, um jovem escritor, no dia da sua mudança para Nova York. A química instantânea faz com que passem o dia inteiro juntos – a vida atribulada de Fallon se torna uma  grande inspiração para o romance que Ben pretende escrever. A mudança de Fallon é inevitável, mas eles prometem se encontrar todo ano, sempre no mesmo dia. Até que Fallon começa a suspeitar de que o conto de fadas do qual faz parte pode ser uma fabricação de Ben em nome do enredo perfeito.

Novembro, 9

Fallon está de mudança, ela sabe que o conforto do seu apartamento Califórnia não vai levá-la a lugar nenhum. Nova York foi a escolhida, o local do recomeço. Ela só não esperava que, no seu último dia, em 9 de novembro, a data que vem lhe assombrando desde o incidente que interrompeu sua carreira, ela conhecesse Ben.

“Ele não se importa com os próprios defeitos, enquanto os meus são o foco da minha vida. Meus defeitos são o que me faz acordar de manhã e o que me deixa acordada toda noite.”

E, por mais que ela não acredite em amor instantâneo e queira seguir o conselho de sua mãe de não se prender a ninguém antes dos seus 23 anos, ela sabe que o que surgiu entre os dois, é mais forte do é capaz se entender ou explicar. Assim, fica combinado, pelos próximos 5 anos eles irão se encontrar uma vez, na data do dia 9 de novembro e, só depois disso é que vão resolver se ficam juntos ou não.

“Quem quer que tenha dito que a verdade machuca estava sendo otimista. A verdade é uma filha da puta que provoca uma dor excruciante.”

O que ela não contava é que seus sentimentos cresceriam tanto a medida que o tempo passa e que, a história que Ben prometeu escrever sobre os dois, a revelaria algo que mudaria toda sua vida.

Um dos detalhes desse livro é a minha inconformidade da sinopse, que dá a entender que tudo que Ben faz é para ter uma boa trama para um livro, mas as coisas seguem de jeito bem distinto no livro e, ainda que muitos desentraves surjam disso, a sinopse tenta vender algo que não é compatível com a história.

“Você nunca vai conseguir se encontrar se estiver perdida em outra pessoa.”

Como se trata de um livro da Colleen Hoover, é de se esperar que causasse sentimentos controversos e, este, que é o terceiro livro que leio dela, foi, sem dúvidas, o que mais me deixou dividida, ainda que tenha trazido elementos típicos de um romance, inclusivos e que deixaram o livro propício para ser devorado em uma madrugada.

Todas as histórias da autora, pelo que pude perceber, tem esse viés de ‘o amor tudo supera‘ e essa é uma característica bem forte em Novembro, 9. É essa a base de tudo que se desenrola e da resolução do livro. Não apenas em relação ao amor romântico, mas também em relação ao amor próprio que cada indivíduo precisa nutrir dentro de si, em especial, quando se trata de Fallon. Nesse ponto, é impossível não desejar que toda a reviravolta que ela traz para dentro de si, não seja apenas fruto do que Ben mostra para ela ser possível. Mas, ficamos apenas a desejar, nesse caso.

“Uma das coisas que sempre tento lembrar a mim mesma é que todo mundo tem cicatrizes – diz ela – Muita gente tem umas ainda piores do que as minhas. A única diferença é que as minhas são visíveis e a da maioria das pessoas, não.”

A trama, que não é do tipo com milhões de reviravoltas imprevisíveis, tem seu momento ápice, aquele que faz o leitor pensar ‘todas minhas suposições eram verdade‘, mas ao mesmo tempo, te faz trabalhar a ideias pra sair da zona de conforto, tanto quanto Fallon precisou mudar de endereço pra encontrar seu prumo. Isso porque os personagens, em vários níveis, tem suas falhas e defeitos e cometem alguns atos que reverberaram em vidas alheias de maneiras que deixaram consequências para toda a vida uns dos outros (para quem leu, não falo aqui apenas do personagem mais óbvio, ok!).

“Tomara que riam de você, Fallon. Se as pessoas estão rindo de você, significa que você está dando a cara a tapa para ser motivo de riso. Não é todo mundo que tem coragem de sequer dar esse passo.”

O livro começa com a ideia de que não veremos nada mais do um processo longo de autoaceitação, um exercício que faz bem a qualquer pessoa e necessário, mas que se mostra apenas parte do apanhado. A palavra chave, na verdade, é o perdão. E as bases dele são sempre os dois tipos de amor que a autora destaca no livro: o próprio e o romântico, ainda que este último tenha surgido de uma maneira mais instantânea que macarrão de copo.

“Se o casal fica ou não junto no fim de um livro não determina se é um final feliz ou não. Desde que os dois acabem felizes, não importa realmente que terminem felizes juntos.”

Novembro, 9 é aquele livro que você termina sem saber ao certo se amou, se concorda, se discorda, se realmente leu tudo certo. Fica aquele incômodo ao pensar se realmente qualquer ação, pode ser perdoada. E, o que seria motivo suficiente para se perdoar incondicionalmente? A história dá a resposta: um tipo de amor que não pede nada em retorno. Mas, algo ainda fica no ar: até que ponto devemos depender de alguém ou de um amor que há de surgir, para acreditarmos e aceitarmos nós mesmos?

“Por que você não me contou que a base na qual me ensinou a ficar de pé é de areia movediça?”

Por mais que várias dúvidas possam ser levantadas e, independente de concordar ou discordar dos caminhos que os personagens trilham, acredito que a discussão dentro do leitor que o livro é capaz de suscitar, já é motivo suficiente para trilhar as páginas do calendário que é nove de novembro.

“Preciso me lembrar que existe mais de um jeito de as pessoas demonstrarem amor. E apesar de o jeito dele e o meu serem contrários, ainda é amor.”

Aleatoriedades

  • Novembro, 9 foi o terceiro lido da Colleen Hoover e, agora a meta é, em 2019, ler os outros livros que tenha dela, para só depois partir para os mais recentemente lançados. Vamos ver se consigo me segurar pra comprar só depois que ler os que tenho… ehehe
  • Os outros dois da autora que li foram: O Lado Feio do Amor e Um Caso Perdido (só clicar nos nomes pra conferir as resenhas) e, inclusive, em Novembro, 9, vemos alguns personagens de O Lado Feio do Amor passear pelas páginas. E eu adoro essa intertextualidade das histórias!
  • As fotos dessa vez também seguiram a vibe dos outros livros da autora, mas com alguns tons mais quentes, porque sempre acho que é o que essa capa pede, vai entender…
  • Como falei na resenha, o livro foi devorado em uma madrugada. Quando comecei a ler a noite, antes de dormir, fiquei mais e mais curiosa e, quando vi, minha irmã estava levantando para trabalhar no sábado e já passava das 7 da matina… mas eu adoro esse hábito que me permito vez por outra de passar a madrugada a esperar o dia seguinte junto das páginas de um livro…

Que a Força esteja com vocês!

Ouvindo: Toxic – Britney Spears (only in my mind…)

Comente este post!

  • Monique Dieli Chiarentin

    Ainda não li nenhum livro da autora, mas sempre vejo sua obras por aí.
    A premissa do livro parece ser interessante e diferente de tudo o que já vi e li. Amei as fotos e as composições, estão lindas como sempre!

    Adorei a resenha 🙂

    Beijos
    Inverno de 1996

    responder
  • Juliana Sales

    Eu conheço muitas pessoas que amam a Colleen Hover. Já ouvi/li muito sobre os livros dela por aí. Mas não consigo ter vontade de ler. Nenhuma sinopse de nenhum livro dela me atraiu. Eu nem posso dizer que não gosto, uma vez que não li, mas simplesmente nenhum livro dela despertou o meu interesse. Já aconteceu algumas vezes aqui no seu blog de a sua resenha me fazer ter vontade de ler um livro que normalmente não me chamaria a atenção. Mas dessa vez eu passo.

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  • Ale Helga

    `Por enquanto único livro que li da autora e amei…
    Pretendo ler outros tb….
    Abraços

    responder
  • Fernanda Akemi Pedotte

    Oie!

    Eu ainda não li todos da autora, mas pretendo. Ela realmente desperta sentimentos controversos e eu sempre saio emocionada.
    Esse ainda não li e quero muito!!!
    Leia o É assim que acaba e depois me fala o que achou.

    bjs
    Fernanda

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  • Lunna Guedes

    Renata, cara mia…
    Não conheço a autora, mas entrou para a lista de livros que irei ler, em 2019…
    E olha que eu já tinha lido sobre ele em outro blogue, mas não me chamou a atenção. Claro. Culpa sua, obviamente. Olha o que a senhora faz comigo. Se visse a lista de livros por ler que eu tenho aqui, não faria isso. rs

    Falando sério, novembro é meu mês, já tem esse pequeno detalhe e nove é um número impar e essa historia de incêndio é algo que me acompanha desde a infância. É até curioso, me lembro da menina queimada em sala de aula, sua face clara, limpa e a outra enrugada, murcha. Depois vem o poema de T.S.Eliot e vários momentos em que eu não estava no lugar onde tudo virou cinza. Acho que sou uma das poucas pessoas, no mundo, que não acompanhou o 11 de setembro.

    Enfim, quero ler… preciso ler até porque um encontro assim, em Nova York, precisa passar por mim. Ok. parei. Vou ali no site da livraria.

    bacio

    Ps. Gosto de você, não!

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