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Um Caso Perdido ♥ Colleen Hoover

Alguns encontros acontecem para trazer memórias do passado à tona. O único detalhe é que nem sempre queremos relembrar aquilo que foi trancafiado nos recônditos do inconsciente. Holder é a chave para o passado de Sky, aquele que ela nem sabe que escondeu, mas que até hoje reverbera em sua vida. Ele é o caso perdido de Sky…

Um Caso Perdido

Colleen Hoover

Galera Record

“Estou perdendo a cabeça. Perdi totalmente qualquer resquício de autocontrole. Então é isso que Six ama? Isso é luxúria? Odeio luxúria. Sem dúvida alguma. Odeio totalmente essa sensação linda e mágica.”

Sobre a Autora

Colleen Hoover vive no Texas, com o marido e os três filhos. Autora das séries Slammed e Hopelees, ambos na lista de mais vendidos do New York Times, pode ser encontrada em www.colleenhoover.com.

Sinopse

Aos 18 anos, Sky cataloga garotos como sabores de sorvete. Alguns são baunilha, outros um pouquinho mais ousados. Mas nenhum a empolga. Aliás, o que ela gostaria mesmo de experimentar é o ensino médio. Por mais que todas as suas referências sobre o assunto – em seus sempre amados livros – retratem a escola com as pinceladas de um inferno hormonal.

Sky é forte e está preparada. Apesar dos estranhos pesadelos que a perseguem, sobre uma garotinha sempre às lágrimas. Então, quando a mãe adotiva a libera para frequentar o último ano na escola local, ela pensa em tirar o máximo da experiência. Mesmo que sua melhor amiga, e única pessoa que conhece na instituição, tenha resolvido fazer intercâmbio na Itália.

Agora Sky está sozinha na selva de nerds, atletas, populares, e com uma reputação nebulosa. Quando ela conhece Dean Holder, um rapaz cuja reputação pode rivalizar com a sua, Sky experimenta sensações de que jamais acreditou ser capaz. Ele a aterroriza e a encanta. Tudo isso com apenas um encontro.

Ela tenta manter distância. Mas Holder insiste em descobrir tudo sobre Sky. Incapaz de negar a estranha conexão, Sky finalmente se rende. No entanto, a garota logo descobre que o errático comportamento de Holder tem uma explicação. Uma que testará o amor dos dois e a confiança de Sky nesse caso perdido pelo qual se apaixonou.

Um Caso Perdido

Sky quer ter todas as experiências possíveis que uma adolescente de sua idade teria e isso inclui cursar seu último ano escolar, bem, em uma escola. Isso porque até então, ela estudava em casa e, mesmo que sua melhor – e única – amiga tenha lhe dado um bolo ao ir fazer um intercâmbio, ela está decidida.

“Espero mesmo que ele esteja sendo sincero porque já consigo perceber que não é o tipo de cara pelo qual uma garota tem uma simples quedinha. É o tipo de cara pelo qual a gente se apaixona loucamente, e isso me deixa apavorada.”

Como se lidar com todo o novo ambiente já não fosse complicado o suficiente, ainda mais pela fama que a precede na escola, ela conhece Holder. Um garoto que, diferente daqueles que usualmente entravam no seu quarto pela janela, mexe com seus sentimentos e sentidos, ele é capaz de despertar algo nela que, até então, parecia quebrado.

A medida que Sky permite que Holder se aproxime, os sonhos estranhos, aqueles da garotinha que tem medo da maçaneta que gira, aumentam e, é a partir daí que ela vai descobrir alguns mistérios de seu passado, recobertos por camadas de esquecimento, segredos e mentiras, que serão bem maiores do que ela imaginou ser possível existir. São trágicos o suficiente para que ela descubra o motivo pelo qual existem partes suas que são quebradas.

“É uma desculpa de merda você deixar um ano ruim determinar o resto de sua vida.”

Um Caso Perdido foi meu segundo contato de leitura com a Colleen Hoover, e quanta diferença desse livro para O Lado Feio do Amor. A narrativa tem o toque da autora, tanto em questão de estilo tanto na forma como ela consegue manter o leitor atento às páginas, querendo saber mais sobre a história e cada um dos personagens.

O romance de Sky e Holder é margeado de temas fortes, como abuso infantil e suicídio, além da própria descoberta da sexualidade, do amor juvenil e da autodescoberta. Todos os detalhes intrincados, registrando vidas que aparentemente não tinham nada fora do trivial, mas que, a partir das memórias e histórias, revelam suas marcas, que vão da pele ao cerne. Marcas que foram cravadas de alguma maneira, ainda que se tente negar ou insista em deixá-las recobertas.

“Nem tudo vai dar certo no meu caminho e nem todo mundo ganha um final feliz. A vida é realista, e, às vezes, as coisas ficam feias e só nos resta aprender a lidar com elas. Vou aceitar isso com uma dose da sua indiferença e seguir em frente.”

Sem dúvidas esse livro guarda uma reviravolta chocante e impressionante. Por mais que alguns detalhes, possam ser descobertos e pressupostos durante a leitura, ainda resta bom espaço para a surpresa com vários dos acontecimentos que a autora traz à trama e, sem dúvidas, isso apenas faz com que o livro seja lido com mais e mais furor.

Um dos detalhes interessantes é o jogo de palavras do título original do livro que, infelizmente, se perde um pouco com a tradução de Hopeless para Um Caso Perdido, ainda que esta última encontre semelhança no significado e case com algumas partes da trama. Claro que não vou falar muito do que exatamente se perdeu, ou seria um mega spoiler da história…

“Quero que lembre quem você é, apesar de todas as coisas ruins que estão acontecendo com você. Porque essas coisas ruins não são você. São apenas coisas que aconteceram com você. Precisa aceitar que quem é e o que acontece com você são duas coisas diferentes.”

Os personagens principais, Sky e Holder, são um mimo à parte. São, ao mesmo tempo, únicos e típicos à idade. Sky, com seu desconhecimento do mundo, das tecnologias e dos sentimentos profundos, balanceia tudo com a abertura que dá para tudo novo que a vida lhe oferece. Ela aceita e quer experimentar o novo, quer sentir. E sente, permite sentir as dores e dissabores, mas também a alegria e o amor.

Já Holder, bem, é Holder. É um caso perdido, que tem o melhor sorriso tipo ‘arranca calcinha‘, nas palavras de Sky e, claro, tem também as melhores palavras. As que se encaixam perfeitamente nos momentos necessários, quase como se medidas com exatidão. Ele também esconde mais feridas do que deixa transparecer a princípio e não tem amarras quando o assunto é Sky. Formam uma dupla apaixonante, sem dúvidas.

“Às vezes, precisamos escolher entre um monte de escolhas erradas, sem a possibilidade de nenhuma certa. Você simplesmente tem de decidir pela escolha errada que parece menos errada.”

Uma das belezas desse livro é a mensagem sobre ser você mesmo, sobre o fato de que tudo que vivemos, tudo que acontece conosco não é o que somos, é o que fazemos a partir dessas coisas que nos define. E só cabe a nós mesmos escolher como cada ação irá reagir.

“Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes superfalsos que deviam irritar você.”

Esse segundo contato com a autora conseguiu me reafirmar como uma #coholover. O modo como a história é feita para nos tirar do lugar-comum e repensar o quê e como deixamos que cada detalhe na vida nos afete, com certeza, me ganha mais a cada leitura.

Aleatoriedades

  • Um Caso Perdido é o primeiro volume da série Hopeless, que é seguida de Sem Esperança e Em Busca de Cinderela. Confesso que, quando comprei, os três exemplares vieram juntos para casa. A ideia era ler um atrás do outro. Depois que terminei Um Caso Perdido fiquei curiosa pela continuação, mas, pelo que percebi, é a história contada pelo ponto de vista de Holder. A empolgação deu uma arrefecida, mas na lista de próximas leituras da CoHo estão exatamente as continuações dessa série pra fechar o ciclo e depois partir para os outros tantos que esperam na estante…
  • Foi estranho pensar nas fotos para esse livro, acabou que seguiram mais ou menos a sessão de fotos de O Lado Feio do Amor (dá pra ler a resenha dele aqui), que fui montando alguns flat lay e mostrando lá no ig (@retipatia). No fim das contas percebi que esqueci o e-reader que eu queria que estivesse nas fotos… ehehe Mas a memória anda louca e vou dar um desconto porque a gripe me pegou de jeito no fim de semana que fiz as fotos.

Que a Força esteja com vocês!

xoxo

Ouvindo: Bloom – The Paper Kites

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