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Pssica ♥ Edyr Augusto |
Uma leitura sem precedentes, um estilo irrefreável e uma realidade crua descrita nas linhas de… Pssica Autor Edyr Augusto Editora Boitempo “Eu te roguei uma praga, Portuga. Uma pssica pra vocês não serem felizes. Pra ela voltar pra mim. Pra matar a vontade de ter a vida que não tive com ela.” Sobre o Autor Edyr Augusto é um escritor e jornalista paraense, vencedor do prêmio Caméléon. Nascido em Belém, em 1954, inicia sua carreira como dramaturgo no final dos anos 1970. Escritor e diretor de teatro, Edyr trabalhou como radialista, redator publicitário, autor de jingles além de produzir poesia e crônicas. Filho do escritor e radialista Edyr de Paiva Proença, sua estreia como romancista se dá em 1998, com a publicação de Os éguas. Muito apegado à sua região do Pará, Edyr Augusto ancora lá todas as suas narrativas. Seu estilo chamou a atenção de editoras internacionais e seus livros foram traduzidos para vários idiomas e publicados na França, Peru, Inglaterra e México. E dois de seus livros estão sendo adaptados para o cinema. Sinopse Uma adolescente é raptada no centro de Belém do Pará e vendida como escrava branca para casas de show e prostituição em Caiena. Um imigrante angolano vai parar em Curralinho, no Marajó, onde monta uma pequena mercearia, que é atacada por ratos d’água (ladrões que roubam mercadorias das embarcações, os piratas da Amazônia) e, em seguida, entra em uma busca frenética para vingar a esposa assassinada. Entre os assaltantes está um garoto que logo assumirá a chefia do grupo. Esses três personagens se encontram em Breves, outra cidade do Marajó, e depois voltam a estar próximos em Caiena, capital da Guiana Francesa, em uma vertiginosa jornada de sexo, roubo, garimpo, drogas e assassinatos. Pssica Algumas palavras podem nortear o que é a leitura de Pssica: frenética e eletrizante, tal qual a escrita de Edyr Augusto: nua, crua, destilada de adereços ou supérfluos. Sem dúvidas fora da minha zona de conforto. E não apenas no que diz respeito ao tema do livro, quanto também no tocante à escrita do autor, o critério foi atendido. O próprio nome da obra já instigou a curiosidade para leitura. O que vem a ser Pssica? Nas palavras da próprio narrador descobrimos mais sobre o dito popular paraense e, quem quiser saber exatamente do se trata, bem, é melhor que considere ler o livro. Na trama, conhecemos diversos personagens, todos santos e pecadores, vivendo vidas paralelas que se entortam para cruzarem-se de maneiras as quais jamais seríamos capazes de prever. Desde Janalice, a garota sequestrada que os pais renegaram em castigo à casa da tia após ter um vídeo íntimo vazado pelo namorado; ao garoto que assume a chefia de um grupo de assaltantes; ao homem que deseja vingar-se da morte da esposa. Vidas cruzadas por morte, descaso, violência e abusos. Não há heróis ou vilões propriamente ditos, ainda que alguns se revistam muito da última roupagem. O que se têm são pessoas, motivadas pelas mais variadas razões: sexo, dinheiro, drogas, poder… É um ciclo vicioso que não espera defunto esfriar na cova. Que venha o próximo, são – somos – todos descartáveis. O estilo de escrita do autor, desnudado, quase que metodicamente desprovido de alegorias, que detalha ações como se relatasse ação atrás de ação, sem descrições de cenários,...
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