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O Quarto do Barba-Azul ♥ Angela Carter

Uma noiva a caminho das núpcias, uma filha vendida à fera, um elfo que vive no coração da floresta, uma garota que vive entre lobos, uma vampira solitária, um gato de botas… todos seres e histórias dignas dos mais conhecidos contos de fadas, transformados em histórias cheias de detalhes, beleza e significados nas palavras da incrível Angela Carter.

O Quarto do Barba-Azul

Autora Angela Carter

Editora Rocco

“E em meio ao triunfo do casamento senti uma dor de perda, como se, no momento em que ele me colocou o anel no dedo, eu tivesse deixado de ser filha dela para me tornar esposa dele.”

Sobre a Autora

Angela Carter (Eastbourne, Inglaterra, 7 de maio de 1940 – Londres, Inglaterra, 16 de fevereiro de 1992) em registrada sob o nome Angela Olive Stalker, foi uma escritora inglesa, muito conhecida por sua literatura pós-feminista e seu realismo mágico, sem falar em trabalhos de ficção científica.

Sinopse

Os contos de fadas são fonte de inspiração para muitos escritores contemporâneos. Joyce Carol Oates destaca duas mulheres nesse universo de novas explorações. Duas visões marcantes por sua iconoclastia, estilo febril, eivado de feminismo provocante e um certo ar precursor, de quem já na década de 70 intuía novos caminhos: a poeta Anne Sexton e Angela Carter.

O quarto do Barba-Azul (1979), a obra prima de Carter, é um livro sensorial. Salpicado de imagens de comida, bebida, perfumes, vôos, enjôos, ele propõe um banquete para os sentidos e um permanente desafio para o intelecto. A bem urdida erudição da autora não exige menos. Receie e fuja do lobo; porque, pior que tudo, o lobo pode ser mais do que parece, avisa o narrador de um dos contos. O alerta serve para toda essa coletânea, em que máscaras e disfarces adornam personagens e escondem sugestões, a cada página. Leitora de Shelley, Poe, Carroll, Barthes e Foucault, especialista em literatura medieval, estudiosa de Sade, Angela Carter faz dos contos um peep show, um olhar pela fechadura em que encontramos e perdemos imagens de nossa infância, da cultura, da contracultura, da subliteratura. Tudo é muito mais do que parece.

O conto que abre a coleção, “O quarto do Barba-Azul”, é um diálogo com as ideias do Marquês de Sade, nos mínimos detalhes. O marido pornógrafo, que gosta de citar Baudelaire, tem ações no mercado, lida com drogas, compra para sua noivinha ingênua roupas de Poiret e Worth. É um predador moderno e um tarado refinadíssimo que encontrará a morte merecida.

As duas histórias que se seguem são releituras de A Bela e a Fera. A primeira, uma questionável acultuação da Fera, a segunda, a transformação da Belaem um cordeiro que pode correr com os tigres. Em “O gato-de-botas”, Angela Carter mostra sua faceta de amante da cultura popular em um conto ágil, picaresco, repleto de referências operísticas e finos comentários sobre as diferenças arquitetônicas de estilos. “O rei dos elfos”, terror da mitologia germânica, é uma homenagem ao romantismo, que inclui citações dos Grimm. A mocinha encontra o príncipe perfeito, com um ligeiro defeitinho: quer aprisioná-la para sempre. “A garota de neve” é um conto macabro, como “A senhora da casa do amor”, a decadência de uma descendente de Nosferatu. Os três contos que fecham o livro falam de lobos e assemelhados. São histórias de instintos selvagens, de ambivalências sexuais, com a desmistificação característica de Angela Carter. É mesmo magia e das boas o que faz esse O quarto do Barba-Azul um hino a um mundo de livre sexualidade para homens e mulheres. Um mundo sem pornografia, porque sem puritanismo. Sem culpa, porque sem pecado.

No Quarto do Barba-Azul

A leitura começa com a jovem noiva seguindo viagem de trem para o castelo de seu esposo e, a seguir, nos leva para o jogo que leva o homem a perder a filha para a fera e, de pronto, conhecemos um gato que gosta de andar sobre botas. Não paramos aí, adentramos a floresta e conhecemos uma garota feita de neve, uma outra senhora reclusa e um homem que se transforma à sua cheia… até Alice aprecia bem mais a companhia de lobos do que de homens…

“Não, eu não tinha medo dele, mas de mim. Eu mal me reconhecia na descrição que ele fazia de mim, renascida que estava em formas que não me eram familiares, e no entanto não haveria nela um quê de verdade brutal? E à luz vermelha do fogo corei outra vez, sem que ele notasse, ao pensar que ele podia ter-me escolhido porque na minha inocência sentiu haver raro talento para a corrupção.”

Traçamos esses caminhos por 10 contos, todos narrados em um tipo de sincronia e balanço que só Carter expressa. São detalhados, dizem muito de lugares, pessoas, trajes, formas, texturas e cores. E, no mesmo montante, narram acontecimentos, diálogos e aventuras. Todos os contos têm seu misto de fantasia, ficção, realidade e romance, aliados à boa dose de sensualidade que seduz para o mundo momentâneo de cada pedaço de história, ainda que, por vezes, essa venha a se exprimir em poucas páginas. Aliás, tamanho e qualidade por aqui não andam de mãos dadas, já que os contos variam em tamanho, mas sem dispensar o primor narrativo que a autora consegue desencadear tanto quanto em primeira quanto terceira pessoa.

“‘o único e supremo prazer do amor é a certeza de que se está fazendo mal.'”

Em O Quarto do Barba-Azul, que da título à obra e o conto mais longo da coletânea, Carter é subversiva quanto ao papel de salvador, no conto originário reservado aos irmãos da donzela, desencadeia um covil para o Barba-Azul prestes a engolir a pureza e a decência de sua nova esposa, e dá toques de sensualidade e irreverência aos detalhes que vão do personagem do afinador de pianos à simbologia do sangue e da marca que ele deixa.

“Aquela moça mecânica que me passara ruge na face… não me teria sido dada apenas a mesma espécie de imitação de vida entre os homens que o fazedor de bonecas tinha dado a ela?”

Aliás, todas as histórias têm seu quê de simbólico, seja com o pai da Bela vendendo-a para a Fera, seja com os pássaros que o rei dos Elfos aprisiona em seu casebre na floresta ou com uma jovem garota que fora feita de neve, tudo tem um sentindo além do que está escrito e clama para que o leitor desvende as nuances de cada conto como se despisse uma dama vestida com camadas e camadas de cetim.

“o amor é desejo mantido pela insatisfação.”

Um dos contos que mais imergi floresta adentro foi O Rei dos Elfos, além da história que deixa curiosa pelo desenrolar, há uma grande beleza na descrição dos cenários, sendo inclusive, tecidos parágrafos e mais parágrafos seguidos da mais pura narrativa descrita de local, sem nunca tornar qualquer frase parada ou enfadonha. Uma maestria que apenas enriquece e atiça a imaginação e dá asas para fazer fluir os acontecimentos da história por entre as árvores e criaturas tecidos na mente.

“fico sempre comovido com a pungente reticência com que na presença do desejo a humanidade timidamente hesita em se despojar do amontoado de trapos que a cobre.”

Outro que merece destaque é A Senhora da Casa do Amor, em que a imortal vampira tece seus sonhos pelas cartas de tarô que joga noite após noite, até que o destino a apresenta a oportunidade de mais um banquete apropriado, um inesperado jovem que reverte as circunstâncias da morta-viva.

“- Como é que posso viver sem ela?
Foi o que fez durante 27 anos, meu senhor, e nem por um momento sentiu falta dela.”

Aos amantes do famoso A Bela e a Fera, a coletânea conta com três versões da história, da mais próxima ao que conhecemos, à uma bela que se transforma em fera. Todos repletos de tons vermelhos de rosas incautas e espinhos traiçoeiros.

“E, embora sinta certo mal-estar, não sente pavor; parece portanto, o rapaz do conto de fadas para quem não há fantasmas, espectros, bestas, o próprio Diabo e toda sua comitiva que consigam causar arrepios.
A falta de imaginação confere ao herói o heroísmo.”

Claro que cada um dos contos poderia ser objeto de análise detalhada, íntima e pormenorizada. Mas merecem, muito mais, toda atenção do leitor a desbravar as palavras e sentidos que povoam cada uma das histórias. Em resumo, precisam ser lidos para serem sentidos.

Toda a obra de Carter é uma ode ao feminino, com demonstrações claras da sensualidade que reverbera das próprias mulheres, o misticismo da virgindade, a força da maternidade, os elos do amor e refutando o papel de donzela em perigo e mulher indefesa. Sem dúvidas, mais que leitura recomendada para os amantes de releituras de contos de fadas, já que é deleite para a imaginação, mas necessária para fazer questionar tudo e todos ao nosso redor e os papéis que a literatura costuma moldar em suas páginas de papel, para as mulheres.

Aleatoriedades

  • O livro lindo da Angela Carter foi emprestado por uma amiga. Já tentei garimpar para comprar um para mim, mas está esgotado e nem em sebo online encontrei. Esse exemplar é da Editora Rocco e seria maravilhoso se ela ou outra editora voltasse a publicar! Estou sonhando com esse dia…
  • Tenho tentado dar novos estilos para as fotos aqui do blog, então, entrei um pouco mais na produção dessa (literalmente) e me aventurei a uns cliques com temporizador do celular… rsrsrs
  • A Edição da Rocco faz parte do selo Avis Rara que traz uma mensagem bem legal, que está na foto logo a seguir:

Que a Força esteja com vocês!

xoxo

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Comente este post!

  • Luana Souza

    Oi, florzinha *-*
    Foi impossível ler essa resenha e não imaginar que o livro é uma mescla dos contos dos Irmãos Grimm com algo mais moderno. Eu amo conto de fadas, e adoro ver releituras dos clássicos, em especial quando querem exaltar algo especial (no caso, como você disse, o feminino). Sua resenha – cheia de palavras delicadas dedicadas à obra – só me deixaram mais curiosa para ler.
    Ah, e as fotos estão lindas! Não vou mentir, eu amei ver você datilografando ali em cima hehe.
    beijos :*

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    • Retipatia

      Oi Luh!
      Ah esse livro é mesmo incrível! Tem seu quê de moderno na escrita dela e, ao mesmo tempo, um toque da beleza da escrita detalhista de outrora. Também amo essa ideia de reler contos de fadas e, especialmente, em como ela exalta o feminino em cada conto.
      Own feliz demais que curtiu as fotos! Adorei fazer essa sessão e usar a Olivetti pra isso! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Patricia Monteiro

    Fiquei encantada com esse livro, já me chamou a atenção pelo título! Adoro releituras de contos de fadas, gosto muito de pensar nesssas histórias tão conhecidas através de outra perspectiva. E exaltação ao feminismo que permeia a obra deixa tudo mais atraente. Fiquei curiosa com a Alice no meio dos lobos, nunca teria imaginado sob essa ótica. No mais, as fotos deram muito charme ao post e a resenha é um deleite à parte!

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    • Retipatia

      Oi Patricia!
      Só esse título já instiga e leva o imaginário para os contos, não é mesmo? Eu também amo esse tipo de releitura e a Carter, sem dúvidas, é uma das mais primorosas que há!
      Feliz que tenha gostado das fotos e da resenha! Vale muito a leitura do livro! <3
      xoxo

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  • Thayama

    Essa não é a minha primeira vez visitando seu blog, já faz um tempinho que acompanho e deasde então me apaixono mais e mais por suas resenhas e por suas fotos. Cada vez que volto aqui esse cantinho me surpreende e parece cada vez melhor. Parabéns! Sucesso.

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    • Retipatia

      Oi Thayama!
      Ah que amor, feliz em saber que acompanha e gosta das postagens! <3 Volte sempre e obrigada pela visita! <3
      xoxo

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  • Gabriela Gouveia

    Renata, quando você citou a Bela e a Fera meu coraçãozinho deu um pulo aqui…poxa eu não conhecia a história e já anotei aqui pra poder comprar e ler também! Amei o post e as fotos tão bem detalhadas e criativas… p.s: quero sua máquina de escrever!

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    • Retipatia

      Oi Gabriela!
      Ah que legal, tem três versões de A Bela e Fera nesse livro da Carter e são todos diferentes e muito bem construídos. Feliz que tenha gostado da resenha e das fotos! <3 Mas, a máquina eu não dou! ehehehe
      Obrigada pela visita!
      xoxo

      responder
  • Mari

    Parece uma leitura enriquecedora, acho que deve ser um livro que todo mundo devia ler. Fiquei bastante curiosa.
    Beijos
    Mari
    Pequenos Retalhos

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    • Retipatia

      Oi Mari!
      Com certeza é muito enriquecedora e vai além dos tradicionais contos de fadas, mas realmente acho que, se a pessoa não curte o gênero, talvez não seja a melhor indicação de leitura para sair do lugar-comum. 🙂
      Obrigada pela visita!
      xoxo

      responder
  • Erika Monteiro

    Oi Rê, tudo bem? Que indicação mais interessante ainda não conhecia essa edição apesar de ter bastante familiaridade com contos de fadas. Conforme fui lendo me lembrei da série Os melhores contos de Grimm que me fez conhecer ainda mais esse mundo de magia. Engraçado como algumas histórias são apresentadas aqui no Brasil com nomes diferentes do original. Conheci as 12 bailarinas, O gato de botas, tem um que esqueci o nome agora… de uma menina que vai enfrentar o rei e chove moedas de ouro, é um dos mais lindos na minha opinião. Conhece? Amei sua máquina de escrever me lembrou um pouco a da Luh <3 Beijos, Érika =^.^=

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    • Retipatia

      Oi Érika, tudo bem e você, lindeza?
      Eu também amo contos e confesso que antes de ser apresentada a essa lindeza em forma de livro ainda não conhecia a autora. Senti que estava perdendo muito ao não saber da existência dela!
      Eu também conheci alguns contos, o das 12 bailarinas eu conheci por causa do desenho da Barbie (ahaha sim, eu assisto todos!) e mesmo O do Barba-Azul eu só conhecia de nome. Anotei esse dos Grimm pra pesquisar e ler depois! Não conheço esse da chuva de moedas, mas já adorei! <3
      A minha máquina de escrever é da mesma marca da da Luh, uma Olivetti, por isso a semelhança! ehehe <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

      responder
  • Luly Lage

    Eu nem sei dizer o quanto fiquei curiosa com a leitura desse livro… Pra começar já achei a autora com um ar meio “à frente do seu tempo” – porque mesmo que na época dela a sexualidade feminina não fosse um tabu TÃÃÃO grande como já foi anteriormente, é até hoje, né? Escrever assim, sem pornografia pela falta do puritanismo, é absolutamente genial. E como morreu jovem! Que triste, mas que bom que deixou esse legado, né? Também amo releitura de contos de fada bem trabalhadas, que exploram outros lados, que transformam belas em feras… Pena que seja tão difícil de achar!

    Adorei suas fotos e sua entrada de cabeça (e corpo todo!) nelas! Ficaram LINDAS, Rê!

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    • Retipatia

      Oi Luly!
      Acho que à frente do seu tempo começa a descrever a Carter sim, sem dúvidas! Ainda é tabu nos dias de hoje e, nos dias dela, muitas vezes mais, sem dúvidas. E ela consegue escrever como ninguém! Ela era genial!
      Também conheci a obra dela tem pouco tempo, e realmente muito infelizmente ela partiu cedo desse mundo, mas deixou muita obra maravilhosa pra ser lembrada!
      Certeza que você vai amar experimentar alguns dos contos dela, são mesmo muito maravilhosos, na falta de expressão melhor!
      Feliz que tenha gostado das fotos!!! E obrigada pela visita! <3 <3 <3
      xoxo

      responder
  • Amanda

    Confesso que nunca nem tinha ouvido falar sobre esse livro ou autora, acredita? Mas nossa amei sua resenha, me senti com muita vontade de ler agora hehehe principalmente porque adoro contos de fadas e achei interessante a pegada dos contos dessa autora!
    Beijos,

    Amanda
    http://www.amandasoldi.com

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    • Retipatia

      Oi Amanda!
      Ah que bom que o post te ajudou não apenas a conhecer a Angela Carter, mas também a trazer a vontade de conhecer a obra dela! Com certeza vale a pena e, para quem ama contos de fadas, esse livro é só suspiros, pode ter certeza! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Ruan Morais – Blogando Cultura

    Olá! Como vai? Eu amo a Editora Rocco, sério! O modo com que os livros/contos são escritos, o tipo de texto, me desperta algo que não sei explicar. Acredito que a resposta é MAGIA! Há muito tempo eu não lia um conto e, a partir desse, surgiu o interesse de ler mais ♥️

    responder
    • Retipatia

      Oi Ruan!
      A Rocco tem mesmo umas edições maravilhosas!!! E a Angela Carter é ainda mais maravilhosa, se ficou interessado na obra dela, vale muito a pena conhecer! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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  • Lunna

    Para o mundo que eu estou a passar mal.
    Contos? Como assim? Sempre considerei Carter uma novelista… uma das melhores. rs
    Foi amor a primeira vista, cara mia. Fui apresentada a ela por uma professora de literatura… e adorei a maneira como ironizou o patriarcado. rs
    A maneira como a personagem se mostra entendiada, primeiro pela riqueza de seu mundo e depois no covil do marido. E que personagem incrível (verdadeira heroína da trama) a mãe, que pressente o horror que a filha vive no castelo do maridão e age.
    Vou ter que reler esse livro novamente e a culpa disso é sua.

    Ps. Amei essa máquina de escrever.

    bacio

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    • Retipatia

      Oi Lunna!
      Ahhh sim sim sim! Carter e contos lindos e maravilhosos! Eu não disse que me apaixonei por ela!? Não é à toa! eheh
      Esse conto do Barba-Azul é mesmo incrível, adoro a perspectiva que ela coloca as coisas nas histórias! <3
      p.s.: essa máquina é meu xodó! <3
      Obrigada pela visita!
      xoxo

      responder
  • Cilene

    Eu adoro contos de fadas, ainda mais quando é uma releitura assim diferentona. Não conhecia esse livro e nem a autora, mas fiquei bem interessada, ainda mais que tem a Bela e a Fera…meu conto favorito 🙂
    Beijos

    responder
    • Retipatia

      Oi Cilene!
      Ah então eu acho que essa é uma leitura perfeita para você! Carter é incrível e acho que queria que o mundo inteiro lesse! ehehe
      Obrigada pela visita!
      xoxo

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