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Fadas e Copos no Canto da Casa ♥ Mariana Salomão Carrara |
Bom dia, tarde e noite folks! Uma das alegrias que 2018 me proporcionou, logo que deu seus primeiros passos, foi a parceria com a Quintal Edições (sem palavras para agradecer toda a minha alegra). Os primeiros livros que recebi foram Fadas e Copos no Canto da Casa e Incômodo Conto. Hoje é a vez de falar do primeiro deles, que li no mês de janeiro e foi, sem dúvidas, uma das melhores leituras que já fiz na vida (e claro está entrou para o roll das melhores de 2018). Fadas e Copos no Canto da Casa Autora Mariana Salomão Carrara Quintal Edições A Autora Mariana Salomão Carrara é paulista, nascida em 1986. Tem um romance juvenil publicado em 2008 e um livro de contos (Delicada uma de nós) publicado em 2015. Recebeu prêmios nacionais como Off-flip, SESC-DF, Felippe D’Oliveira (2015 e 2016), Sinecol, e Josué Guimarães. Publicou um conto na revista do SESI/SP, e outro na revista do SESC-SP. Uma versão incipiente do romance Fadas e copos no canto da casa foi finalista e menção honrosa no Prêmio Nascente USP-2009. É Defensora Pública desde 2011 e tem dois cachorros, a Lori Lamby e o Tabu. Sinopse O livro nos traz a história de Bianca que, à época de seu vigésimo aniversário, narra em tempo real sua vida em uma casa de prostituição no interior, misturando o tempo da narração aos seus devaneios de infância. O universo fantástico da menina gira num sufocante ciclo de vínculos que ela ao mesmo tempo nutre e corrompe, enquanto procura disfarçar, com certa arrogância, a profunda carência que a mantém dependente dos outros. O monólogo ágil, permeado por falas dos outros personagens em discurso livre, flui em vários ritmos, em sintonia com as ocorrências na vida de Bianca, que variam de uma lenta e digressiva tarde ao sol para graves episódios de violência. A narradora é fantasiosa, revolvendo fatos muitas vezes obscuros, ainda sob a “pseudonévoa da sua imaginação”, mas aos poucos revela os dados revoltantes da sua biografia e um passado rompido pela perversidade e moralismo masculinos. Sentimos a voz da menina amadurecer ao longo de suas tragédias atuais ou revividas, mas a contundente solidão que dá o tom de todo o romance não sucumbe. Fadas e Copos no Canto da Casa Bianca está prestes a completar 20 anos, com vários deles passados na casa de prostituição localizada numa pequena cidade do interior de São Paulo. Não que o foco seja o seu aniversário ou que, ao mesmo tempo, não o seja. “Devia ter alguma coisa que proibisse a gente de olhar abajures por baixo, é a maior perversão deste lugar, as cúpulas devassadas nos seus saiotes de renda, as armações iluminadas na sua poeira secular, lâmpadas quase bruxuleantes como se fossem velas, mas não são velas porque seria um charme lúgubre que esse lugar não merece.” Em uma linha narrativa que só pode ser descrita como o embrenhar na mente da própria personagem, segue-se o fluxo de pensamento de Bibi. Desculpando a redundância da afirmação, mas é exato, o leitor se torna a própria personagem-narradora. A história começa num ponto sem fim, apenas mais um dos dias decorados com os abajures de renda vermelha, sobrecarregados pelo cheiro misto de sexo, cigarro e álcool. E, com a passagem dos dias, vem o despertar de Bibi para...
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