retipatia.com
Para Ser Escritor - Parte II ♥ Charles Kiefer |
Bom dia, tarde e noite everyone! Continuando os trabalhos acerca do livro Para Ser Escritor, de Charles Kiefer, para quem não conhece ou não sabe da minha jornada para desvendar o livro, confira o primeiro post sobre o livro aqui! Sem mais delongas, o capítulo que irei comentar hoje é intitulado “A Arte Não Evolui”. Em poucas páginas o autor nos conta que fez a afirmativa que leva o título do capítulo em uma conversa entre amigos e pessoas do meio literário, recebendo, em contrapartida, uma chuva de negativas. Mas, como bem pondera o autor, nenhuma forte o bastante para contradizer sua afirmativa ou, como coloca o autor, “nenhum deles foi capaz de utilizar argumentos retóricos superiores aos de Demóstenes e Isócrates, nenhum foi capaz de modificar o meu páthos com as três grandes operações retóricas: o movere, o docere e o delectare.“. (Kiefer, p. 45). É importante ressaltar que o autor fala da arte, não apenas da escrita ou da literatura. E a justificativa para o fato de que a arte não evolui também é sugerida pela autor. Em síntese, a humanidade, depois de tantas revoluções e mudanças de paradigmas “dessacralizou o mundo e afastou a arte da sua fonte mais profunda, o mito.” (p. 45). E com tudo isso, o que ele pretende, você deve estar se perguntando. A questão à que Kiefer quer refletir é bem simples, mas muito importante: conhecer o passado, o que já foi feito, o que existe, é necessário, essencial à todo artista, “sob pena de se passar pelo ridículo de se reinventar a roda.” (p. 46). Pensando primeiramente na afirmação do autor, que foi tão fortemente combatida, de que a arte não evolui é interessante pensar no quanto dizemos isso no nosso dia-a-dia, mesmo sem perceber. Seja em relação à uma música, quado dizemos “não se fazem músicas como antigamente“, seja quando falamos que filmes clássicos não são mais criados ou mesmo quando subjugamos tudo que é novo, em comparação aos seus precursores. Até mesmo no mundo da moda, “nada se cria, tudo se transforma“, a cada nova coleção criações de outras décadas são trazidas à tona e sempre há a releitura de algo que “já foi” moda, que já esteve em alta. Existem vários outros exemplos, basta pensar no seu dia-a-dia e logo encontrará algo assim que faça sentido. (Claro que o movimento oposto ocorre também, mas em sentido de arte, nem tanto. É mais corriqueiro pensar que o novo supera o antigo em termos de tecnologia. Ainda assim é possível argumentar com o fato de que, sem o precursor, aquele item mais moderno e tecnológico, não teria surgido. Enfim, caminhemos…). Então, talvez, é possível pensar que apenas a colocação de que a arte não evolui é que seja assustadora, apesar de nossa afirmação quase que diária neste sentido. Como coloca o autor, nem mesmo Monalisa superou as pinturas rupestres. O mito que gerou cada uma dessas obras, foi distinto e, quanto mais se descobre, mais se sabe e é mais difícil é que a arte nos surpreenda. É inegável a relação que a arte tem que o desconhecido. Cada pintura, por exemplo, revela muito mais do que a primeira vista pode dizer. Quando são inseridos conceitos, histórico e outros detalhes, ela ganha outra conotação, outra variação. Com os avanços da...
Retipatia